Problemas financeiros

Salgueiro temeroso com Série D: 'nem estou pensando agora, senão vou enlouquecer'

Fala do presidente do Carcará, José Guilherme, revela que montagem do calendário da competição nacional afeta mais ainda as finanças do clube. Desta forma, ele prefere encarar logo o Estadual antes de focar na Série D

Klisman Gama
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Klisman Gama
Publicado em 17/07/2020 às 13:45 | Atualizado em 17/07/2020 às 13:47
Bobby Fabisak/JC Imagem
Mesmo que chegue até a final do Campeonato Pernambucano, o Carcará vai passar mais de um mês parado até o início da Série D, no dia 19 ou 20 de setembro - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem

O Salgueiro retorna ao Campeonato Pernambucano diante do Náutico, no próximo domingo. Após o fim do Estadual, vem a disputa da Série D em setembro, com estreia no dia 19 ou 20. Será mais de um mês sem jogos oficiais até iniciar o Nacional, que se estenderá até o começo de fevereiro de 2021. Só que os problemas financeiros podem atrapalhar o Carcará neste caminho. Preocupação compartilhada com os demais times que disputarão a competição, mas que o time sertanejo prefere deixar um pouco de lado. Como disse o próprio presidente do Salgueiro, José Guilherme, que prefere focar no Pernambucano para não "enlouquecer".

"Estou focado agora no Pernambucano. Tenho que conseguir uma vaga na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste já pensando para 2021. Mas só vou fazer um planejamento para a Série D quando acabar o Pernambucano, porque está difícil manter o grupo agora. Fiz contrato até novembro, estou negociando com os atletas, houve uma redução salarial. Mas para essas finais, os salários voltaram ao patamar normal. Então quando acabar o Pernambucano, vamos fazer uma renegociação novamente com os atletas para ver o que a gente pode fazer. Mas é coisa que nem estou pensando agora, senão vou enlouquecer. Já temos as finais do Pernambucano, que são preocupantes demais, então prefiro não pensar na Série D agora", comentou o mandatário em entrevista ao Jornal do Commercio.

A principal crítica para a competição se dá pela duração da Série D, começando em setembro e indo até fevereiro. Neste meio tempo, com um mês de parada entre o Campeonato Pernambucano e a Quarta Divisão, além de entrar no segundo mês de 2021, os clubes terão que pagar, pelo menos, um mês e meio a mais de salários do que se o torneio começasse logo em agosto. Outro ponto que as agremiações esperavam da CBF era que o tempo total fosse menor, com jogos acontecendo também no meio de semana. Seria um auxílio aos clubes para enxugarem seus gastos. Entretanto, a entidade máxima do futebol não seguiu o apelo dos clubes.

"Eu vi o calendário da Série D, para competição ficou um pouco exagerado ir até 2021. Poderia se jogar quarta e domingo e iria diminuir várias folhas de pagamento para os times. Está todo mundo num sacrifício danado, não tem cota, a gente não tem patrocínio de ninguém, cota de televisão, os jogos dificilmente vão ser televisionados e nem terão retorno financeiro. Então a gente acreditava que a CBF iria reduzir esses prazos. Para quem for até o final, vai ficar muito oneroso e acredito que vai afetar as finanças dos clubes já para 2021 também", concluiu José Guilherme.

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