Messi pensando em sair do Barcelona, Suárez longe do amigo argentino e agora no Atlético de Madri e Neymar driblando polêmicas no PSG. Assim, os três principais jogadores sul-americanos reencontram as seleções de seus países no início da caminhada por uma vaga na Copa do Mundo de 2022 e da calma perdida na Europa.
O chileno Arturo Vidal, recém-contratado pela Inter de Milão, e o colombiano James Rodríguez que renasceu pelas mãos de Carlo Ancelotti no inglês Everton são figuras que vão tentar aproveitar as mudanças e dar poder às suas equipes.
Não convocado, o uruguaio Edinson Cavani vai assistir aos jogos da sua seleção nas Eliminatórias pela TV, enquanto espera para assinar contato com o Manchester United, de acordo com imprensa.
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A pressão sobre Messi com a Argentina
Sorrisos com o Barcelona, lágrimas com a seleção argentina: o roteiro que se repetiu durante anos foi quebrado no final de setembro, quando Lionel Messi anunciou ao clube espanhol que queria sair, um ano antes do fim do contrato e depois de sofrer uma derrota humilhante por 8 a 2 na Liga dos Campeões diante do Bayern de Munique.
O Barça recusou liberá-lo e o craque cedeu. O atacante engoliu frustração por não poder deixar o time catalão, pediu unidade e iniciou a temporada comprometido com o trabalho do novo treinador, o holandês Ronald Koeman, e a equipe, que dispensou dois de seus grandes amigos: Luis Suárez e Arturo Vidal.
“O Messi veio do 'grande Barcelona' para jogar em times argentinos em formação que não conseguiram conquistar o título que ele tanto almeja, agora chega a uma seleção com mais esperiência, com mais certezas do que o atual Barcelona”, disse à AFP o jornalista argentino Sebastián Varela del Rio.
Mas "não creio que Messi esteja influenciado" pelo momento do Barça. "Messi é um competidor voraz, um dos grandes jogadores de futebol da história e quando entra em um campo, entra para vencer, entra para a glória", acrescentou.
Faltando dois anos para a Copa no Catar, o time comandado por Lionel Scaloni iniciará nesta quinta-feira, em Buenos Aires, contra o Equador, o caminho para um Mundial que pode ser a última chance de ver Messi campeão.
Neymar mais maduro
Neymar chega à Seleção Brasileira como líder indiscutível da equipe de Tite. Mais maduro, o ex-jogador do Santos levou, ao lado do francês Kylian Mbappé, o Paris Saint-Germain à final da Liga dos Campeões, mas foi derrubado pelo Bayern de Munique.
Porém, com o início do Campeonato Francês as polêmicas voltaram e um incidente no jogo contra o Olympique de Marselha quebrou sua tranquilidade. A estrela do PSG foi acusada de insultos discriminatórios contra o espanhol Álvaro González e contra o japonês Hiroki Sakai, mas a Comissão Disciplinar não sancionou os jogadores.
Neymar terminou a partida expulso e depois acusou Álvaro de tê-lo insultado chamando-o de "macaco".
Para o jornalista brasileiro Marcelo Bechler, do Esporte Interativo, “Neymar sabe que tem que jogar, é onde ele controla melhor todas as situações, todas as coisas boas que podem acontecer com ele é quando ele está em campo jogando (...) quando ele não está jogando, ele lida muito mal com as coisas”, afirmou.
Na sexta-feira, em São Paulo contra a Bolívia, ele terá mais uma chance de brilhar com a seleção.
Dia de testes e de coletiva obedecendo aos protocolos de segurança. Vamos juntos! ?????????????
— CBF Futebol (@CBF_Futebol) October 5, 2020
Fotos: @lucasfigfoto / CBF pic.twitter.com/w8lDSWtK37
Suárez, aliviar uma amarga despedida
O terceiro maior artilheiro da história do Barcelona deixou recentemente a equipe para iniciar uma nova fase no Madrid de Diego.
Os dois gols marcados na sua estreia pelo time da capital espanhola animaram os uruguaios em relação a atuação do atacante nas eliminatórias da Copa.
O temperamental Suarez, que chorou ao deixar o Barcelona, tentará apaziguar a decepção de ter deixado a equipe que o encheu de glória, mas o rejeitou impiedosamente.
Tanto o ex-jogador do Barça como o ausente Cavani - artilheiros históricos da seleção uruguaia - "não precisam mostrar nada a ninguém em termos de sua capacidade, além de circunstâncias especiais", como a qual Cavani está passando, ao fim de seu contrato com o PSG, declarou Jorge Fossatti, ex-técnico da seleção uruguaia (2004-2005) e atual gerente do River Plate de Montevidéu.
O jornalista Del Rio concorda e acrescenta: "Cavani é um jogador atual que vai jogar onde quiser, é um jogador ativo e tem bons anos de futebol pela frente, daqui até o Catar com certeza".
Vidal e James, com esperanças renovadas
O 'Rei' Arturo retorna como a referência máxima da seleção do Chile, que busca renascer depois de ficar de fora da Rússia-2018, e o técnico colombiano Reinaldo Rueda tem a missão de maximizar o poder do jogador, não utilizado por Koeman e que encontrou refúgio no Inter de Milão. Uma mudança que equipe sul-americana comemora.
“O patamar que o Chile teve para vencer as duas Copas América (2015 e 2016) nunca vai se recuperar, o que se pode fazer é montar uma equipe competitiva a partir desses homens experientes e de outros que possam ajudar”, disse o jornalista e escritor chileno, Juan Cristóbal Guarello.
Outra equipe que vibrou com uma contratação distante é a seleção da Colômbia. A equipe colombiana recebeu "um sopro de ar fresco porque sentíamos que o talento de James estava envelhecendo com tantas substituições no Real Madrid", disse Nicolás Samper, jornalista da RCN Radio e ESPN, ao analisar para AFP o ótimo momento do jogador em seu novo time, o Everton.
Renovado, James comandará a Colômbia, que inicia a rota da Copa do Mundo nesta sexta-feira em casa contra a Venezuela.
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