DESABAFO

Robinho se compara a Bolsonaro e revela ter recebido apoio de Neymar

"As pessoas estão me julgando e me atacando igual fazem com o Bolsonaro. Eu não entendo porque estão me atacando assim", criticou o jogador

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Publicado em 18/10/2020 às 13:01 | Atualizado em 18/10/2020 às 13:34
SANTOS/DIVULGAÇÃO
A terceira instância da justiça italiana julgará o caso do jogador Robinho no próximo dia 19 de janeiro - FOTO: SANTOS/DIVULGAÇÃO

Condenado por estupro em primeira instância na Itália, o atacante Robinho teve outra chance de se defender em uma entrevista concedida a Benjamin Back, do canal Fox Sports. Centro das atenções ao longo da semana após fechar contrato com o Santos, acordo posteriormente suspenso, o jogador se defendeu, alegou ter feito sexo consensual com a mulher que lhe acusa, se comparou ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e contou ter conversado com Neymar sobre o caso.

Robinho afirmou que o sexo realizado foi consensual. "A imprensa colocou coisas deturpadas a meu respeito. Só que ninguém colocou que a menina pediu, no processo, R$ 3 milhões. Isso ninguém colocou", disse o atleta.

"É muito difícil ela estar embriagada para não ter o ato, mas lembrar de todo mundo. Então, está meio fora de contexto essas histórias. Eu jamais dei um copo de bebida para essa garota, deixei de respeitar ou fiz alguma coisa sem o consentimento dela isso vocês podem ter certeza", afirmou Robinho, que disse estar sendo acusado sem provas

O site globoesporte.com teve acesso a detalhes do processo da Justiça italiana em que o jogador conversa com amigos por aplicativos de mensagens e admite ter colocado o pênis na boca da mulher desacordada, em estado de embriaguez.

Questionado sobre isso, Robinho apenas disse que sexo oral é comum quando as pessoas se relacionam e que não foi feito sem o consentimento da mulher. Na sequência, acusou as pessoas que o criticam de serem hipócritas, afirmando que elas usam drogas, bebem e "vão aonde não deveriam ir".

Em mais de um ponto da entrevista, Robinho criticou a imprensa brasileira e se comparou ao presidente Jair Bolsonaro, a quem considera que também foi acusado injustamente de inúmeras coisas, como ser racista ou fascista. "As pessoas estão me julgando e me atacando igual fazem com o Bolsonaro. Eu não entendo porque estão me atacando assim", criticou.

O jogador repetiu que seu maior erro foi não ter respeitado a esposa, que havia ido com ele à casa noturna onde ocorreu o ato sexual, mas que tinha ido embora mais cedo. Segundo Robinho, o processo foi um ponto de virada no casamento, por meio do qual ele passou a respeitar mais a companheira e se converteu ao cristianismo.

NEYMAR

Além disso, Robinho foi questionado sobre Neymar. O jogador disse ter recebido total apoio do atacante do PSG, com quem jogou junto no Santos em 2010. "Me mandou mensagem. Não é um fato difícil de acontecer. Aconteceu com Neymar. Me deu apoio, se disponibilizou a me ajudar com as pessoas que ajudaram na inocência dele", disse Robinho, se referindo ao caso Najila Trindade, no qual Neymar sofreu acusação parecida, mas nada foi provado e o processo não seguiu em frente.

Robinho ainda afirmou que há um peso diferente em uma mulher dizer que faz sexo com vários homens e um homem dizer que faz sexo com várias mulheres, que muitas mulheres se jogavam em cima dele em baladas e que não poderia elogiar uma sem que fosse preso. Além disso, garantiu que foi iniciativa própria suspender o contrato com o Santos para não prejudicar o clube. Por fim, ainda ressaltou que espera ser inocentado e em breve voltar a jogar futebol, e pediu que as mulheres esperem "algo definitivo" antes de condená-lo.

ENTENDA O CASO

Robinho é acusado de envolvimento em um estupro coletivo envolvendo cinco homens e uma mulher albanesa de 23 anos, ocorrido em janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. O crime aconteceu em Milão, na Itália. O brasileiro foi condenado em primeira instância a nove anos de prisão pelo crime. A decisão do Tribunal de Milão ainda não é definitiva e é alvo de contestação da defesa do jogador.

De acordo com a investigação, Robinho e outros cinco amigos, incluindo Ricardo Falco, que também foi condenado, levaram a mulher ao camarim de uma boate chamada Sio Café, em Milão, e lá abusaram sexualmente dela. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação, e por isso a participação deles no ato é alvo de outro processo.

 

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