Vacina chega ao Japão e deixa cenário para a Olimpíada menos instável
Competições preparatórias para o evento têm enfrentado dificuldades para acontecer em meio à pandemia
Em meio às incertezas sobre a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio em razão das dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus, uma notícia deixou o ambiente menos instável para o comitê organizador do Japão nesta semana. O país, último do G7 a aprovar uma vacina, começou a imunização da população. Apesar de as autoridades japonesas já terem garantido que estar vacinado não é pré-requisito para participar dos Jogos, os organizadores orientam que os atletas tomem as vacinas assim que as populações prioritárias de seus países receberem as doses.
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A chegada do imunizante ao Japão acontece em cenário quase desolador para as competições mais tradicionais do esporte. Consideradas como preparatórias para a Olimpíada, muitas têm adiado programações e até cancelado eventos em razão da covid-19.
O episódio mais recente envolveu o Circuito Mundial de Surfe, organizado pela Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês). O esporte que fará estreia em Olimpíadas nos Jogos de Tóquio viu as tradicionais etapas australianas de Gold Coast e Bells Beach serem riscadas do calendário pela pandemia. Já Margaret River, o terceiro evento que tradicionalmente compunha a "perna" australiana do Circuito, foi mantida.
Em contrapartida, as baterias foram transferidas para North Narrabeen e Newcastle, em New South Wales, e Rottnest Island, no oeste australiano. Isso porque os estados de Victoria e Queensland, que recebem as etapas de Bells e Gold Coast, respectivamente, não conseguiriam garantir condições de isolamento para a competição. Em dezembro, a etapa de Pipeline precisou ser paralisada porque membros da organização foram infectados. E, logo em seguida, a de Sunset, também no Havaí, precisou ser cancelada.
"Este ano, devido à covid-19, a perna australiana do CT está muito diferente da que estávamos acostumados com três novas etapas. Embora seja decepcionante perder locais como Bells Beach e Gold Coast, estamos felizes em adicionar Newcastle, North Narrabeen e Rottnest Island ao calendário", explicou Andrew Stark, gerente-geral da WSL APAC.
Situação complicada também vem sendo vivenciada por atletas, membros de comissões técnicas e arbitragem no Aberto da Austrália. Antes mesmo de o evento começar, no início deste mês, eles tiveram de ficar 15 dias confinados em hotéis em Melbourne. Os atletas, inclusive, não puderam realizar treinamentos para a competição.
Nomes como o sérvio Novak Djokovic e o espanhol Rafael Nadal só saíram de seus quartos após a quarentena para vencer seus torneios exibição pouco antes da estreia no primeiro Grand Slam do ano. Ao longo da competição, que chega ao fim hoje, um rigoroso protocolo de segurança vem sendo seguido. Os atletas são autorizados a sair por apenas cinco horas diárias, estritamente controladas para a prática em quadra, treinamento físico e alimentação.
ESTREIA CATASTRÓFICA
Já o Campeonato Mundial de Handebol Masculino, realizado no Egito, em janeiro, foi o primeiro grande evento realizado em tempos de pandemia. E, na primeira rodada, um terço das equipes haviam sido atingidas. Inclusive a seleção brasileira, que perdeu muitos jogadores ainda na fase de aclimatação, em Portugal, assim como o técnico Marcos Oliveira.
Diante de tantas dificuldades enfrentadas pelo esporte mundial, em conversas com Comitês Olímpicos em vários países, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou que a entidade e a Organização Mundial de Saúde (OMS) vão apoiar que os atletas sejam vacinados antes das Olimpíadas de Tóquio. Sem, no entanto, comprometer os grupos prioritários. As informações são do site “Inside the Games”.