Buscando minimizar os impactos imensuráveis causados pela pandemia do novo coronavírus, a CBF liberou um auxílio emergencial para os clubes da Série A1 e Série A2 do campeonato brasileiro de futebol feminino. Para aqueles times que integram a elite, o valor é de R$ 120 mil, enquanto o montante de R$ 50 mil é destinado para as equipes da divisão inferior. Aqui em Pernambuco, o Náutico, que disputa a Série A2 do futebol nacional, já recebeu a quantia de R$ 50 mil nessa quinta-feira.
Em entrevista ao Jornal do Commercio, o diretor de futebol feminino do Náutico, Luiz Cláudio, confirmou que o clube recebeu o valor e foi enfático: todo o montante de R$ 50 mil será destinado ao departamento. O pagamento já deve ser feito na próxima semana.
"Todo o valor será destinado ao departamento de futebol do clube. O executivo não vai ficar com nenhum centavo. Isso foi um acordo entre a minha pessoa, a Tatiana Roma, que é uma gestora do clube, e o presidente Edno Melo. A partir de terça-feira, nós vamos realizar o pagamento de dois meses de ajuda de custo para as atletas. Durante os próximos meses a gente vai ficar pagando a ajuda de custo das meninas e da comissão técnica. O Náutico conseguiu transformar esse valor em cinco meses. Dá uma média de R$ 10 mil de ajuda de custo mensal para a nossa equipe", disse Luiz.
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TREINAMENTOS EM CASA
Durante a pandemia do novo coronavírus, é comum que atletas continuem se exercitando em casa, na busca de tentar minimizar os impactos causados pela paralisação inesperada. Segundo Luiz Cláudio, as jogadoras do Náutico estão fazendo isso, além de se reunirem por meio de videoconferência sobre questões da modalidade, como esquema tático e coisas relacionadas do assunto.
"O feminino do Náutico treinava segunda, quarta, sexta e sábado no CT do clube. Com essa paralisação, ficamos totalmente parados nas duas primeiras semanas. A partir da terceira semana, nós começamos a realizar um trabalho físico repassado pelo nosso preparador físico e de fisiologia. E esse trabalho é acompanhado através dos vídeos que elas gravam e nos mandam. Nos horários que seriam de treinos, nós temos feito palestras, vídeos motivacionais e também conversas do treinador com elas, falando sobre sistema de jogo e assuntos desse tipo", comentou Luiz Cláudio.
"O futebol feminino é uma modalidade que ainda é discriminada no país, não tem apoio. E quando a gente olha uma CBF ajudando, é uma atitude de muito valor. É uma atitude de respeito com as atletas que têm muitas dificuldades de comparecerem nos treinamentos, onde às vezes não têm o dinheiro nem da passagem. E é importante a gente destacar que o dinheiro é para o futebol feminino de cada clube, e não para o clube usar como quiser. Se alguns clubes não vão usar, eu caracterizo isso como uma falta de respeito ao futebol feminino", comentou o diretor alvirrubro.
PEDIDO PARA CBF FISCALIZAR A VERBA
Com esse risco de alguns clubes não destinarem o dinheiro exclusivamente para o futebol feminino, o diretor alvirrubro destacou que solicitou ao responsável pelo departamento feminino da CBF que a entidade cobrasse das federações estaduais que os seus respectivos clubes cumprissem com o acordo com as atletas.
"Eu falei com o diretor de futebol da CBF, Romeu de Castro, que pudesse levar ao presidente da CBF que fizesse um documento ou uma exigência cobrando das federações estaduais que os respectivos clubes pudessem cumprir com esse acordo, aplicando o dinheiro no futebol feminino. Alguns estados não cumpriram e eu acho que não vão cumprir com esse repasse. Espero que a CBF tome alguma posição sobre isso", finalizou Luiz Cláudio.
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