JUSTIÇA

Sede do Náutico pode ir a leilão por ação de jogador que sequer jogou

Lateral-esquerdo Panda tinha um pré-contrato com o Timbu em 2014, mas o clube não cumpriu o acordo e o atleta cobra na Justiça um valor de R$ 275 mil

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LOURENÇO GADÊLHA

Publicado em 17/03/2021 às 16:20
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A sede do Náutico está próxima de ir a leilão devido a uma ação movida pelo lateral-esquerdo Panda, no valor aproximado de R$ 274 mil. O fato chama atenção porque o atleta não chegou nem a atuar com a camisa do Timbu. Porém, ele cobra judicialmente o pagamento da dívida em razão de um pré-contrato que foi quebrado pelo clube alvirrubro em 2014, na época em que ele estava no Santa Cruz e aguardava o fim do vínculo para jogar no Náutico. O arremate de todo o complexo estrutural do clube, que está avaliado em pouco mais de R$ 197 milhões, está marcado para o dia 12 de abril.

O caso do atleta é diferente das últimas execuções trabalhistas que o clube conseguiu solucionar referente a dívidas decorrentes de atrasos salariais ou não pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No ano de 2014, o lateral-esquerdo Panda atuava pelo Santa Cruz quando assinou um pré-contrato com o Náutico, com um vínculo que iniciaria no dia 1º de junho de 2014 até o dia 30 de maio de 2015. Entretanto, apesar do documento, o Timbu não cumpriu sua parte e a gestão da época rescindiu unilateralmente o acordo. Assim, sem nunca ter entrado em campo pelo Náutico, o lateral-esquerdo Panda acionou a Justiça do Trabalho cobrando na época R$ 150 mil do clube alvirrubro pelo descumprimento do pré-contrato.


"Ele (Panda) jogava no Santa Cruz e assinou um pré-contrato com o Náutico. Quando chegou a hora do Náutico cumprir o pré-contrato e assinar o vínculo com ele, a gestão da época disse que não ia mais contratá-lo. Rasgou o pré-contrato e disse que não ia mais assiná-lo. Obviamente o pré-contrato tinha regras que obrigava o clube a contratar, salvo fosse feito o distrato em comum acordo. Como o clube não procedeu da forma que deveria, gerou essa reclamação trabalhista, com esse leilão marcado para 12 de abril, com o valor aproximado de R$ 274 mil", explicou o vice-presidente jurídico do Náutico, Bruno Becker, em contato com a reportagem do Jornal do Commercio.

Agora, com menos de um mês para o leilão, Becker afirmou que o departamento jurídico vai entrar com uma petição para que o arremate seja suspenso e, em paralelo, um acordo seja negociado com o lateral-esquerdo Panda. "A gente está analisando o processo e já na semana que vem vamos peticionar pedindo a suspensão do leilão, para que ele seja sustado. Em paralelo, vamos tentar fazer um acordo com o atleta. Acredito que a gente consegue solucionar, tanto juridicamente, quanto em relação ao acordo, porque comparando com outras ações, é um valor relativamente baixo. É um valor que dá para chegar numa composição", concluiu.

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