Momento era bom

Preparador físico exalta momento do Santa Cruz antes da paralisação: 'Era maravilhoso'

Santa Cruz liderava de forma invicta o Campeonato Pernambucano e tinha boas chances de classificação na Copa do Nordeste

Lucas Holanda
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Lucas Holanda
Publicado em 22/05/2020 às 10:47 | Atualizado em 22/05/2020 às 10:47
LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM
Atletas já estão liberados para treinarem normalmente. - FOTO: LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM

O futebol está paralisado há mais de dois meses por conta da pandemia do novo coronavírus e ainda não tem previsão de retorno aqui no Brasil. Isso porque o país registra dia após dia um grande número de vítimas da covid-19. Além dos impactos diretos na saúde das pessoas, essa pausa inesperada também trouxe outros problemas como o desemprego. Em entrevista à Rádio Jornal, o preparador físico do Santa Cruz, Carlos Gamarra, comentou sobre o atual momento em que o mundo se encontra.

"Acho que é um fato novo, ninguém na sociedade como um todo havia vivido isso, somente os mais velhos em tempos mais antigos, mas a nossa geração não tinha vivido isso. Vimos tantos problemas sociais acontecendo, fábricas fechando, funcionários sendo mandados embora, o emprego informal, que garante renda para muita gente, acabou. A gente fica muito preocupado. Muitos atletas estão desempregados e não vão se empregar no segundo semestre, nem receber mais do que recebiam. Vários clubes estão quebrando, falidos ou falindo. Nosso futebol atual é precário demais em estrutura e em organização, então temos todos esses problemas", disse Carlos Gamarra.

O último jogo do Santa Cruz antes da paralisação por conta da pandemia do novo coronavírus aconteceu no dia 15 de março, em uma partida pelo Campeonato Pernambucano. Na ocasião, o Tricolor venceu o Decisão por 2x0, resultado que garantiu matematicamente a liderança da equipe coral no Estadual e também na semifinal da competição. O Arruda já estava com portões fechados nessa partida.

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Momento antes da paralisação

Antes do futebol ser paralisado por conta da pandemia do novo coronavírus, o Santa Cruz vivia um ótimo momento. O Tricolor era líder invicto do Estadual e também já havia garantido vaga antecipada e de forma direta para a semifinal do Campeonato Pernambucano. Na Copa do Nordeste, a equipe coral ainda não estava entre os classificados de seu grupo, mas tinha boas chances de se classificar na última rodada do torneio - embora dependesse de outros resultados.

"O momento que o Santa Cruz vivia era maravilhoso. A gente caiu na Copa do Brasil na cobrança de penalidades em uma noite infeliz onde poderíamos ter vencido o jogo, passado de fase e ter entrado mais dinheiro para a instituição, ajudando a se reestruturar financeiramente. Mas na Copa do Nordeste estamos bem colocados, fizemos um jogo maravilhoso contra o Botafogo-PB, onde jogamos grande parte do jogo com um homem a menos e tivemos uma atuação de gala com aqueles 3x0", detalhou Carlos Gamarra.

"No Estadual, uma campanha quase irretocável, com oito jogos, sete vitórias e um empate, rodando praticamente todos os atletas. Não mudamos apenas o goleiro Maycon. Então todos tiveram sua oportunidade de estar jogando, mostrando seu futebol, de ser valorizado. O clube ganhou porque os meninos da base também vão ser uma fonte de renda daqui a um tempo. Tem vários atletas que podem ser uma renda futura para o clube e também para a carreira como um todo, Vínhamos em um momento maravilhoso, mesmo com umas lesões, que estavam dentro da margem de 10% que a gente trabalha na preparação física. Quase nunca fugiu disso, ficou sempre nesses números, e estávamos bem felizes quanto a isso", pontuou o preparador físico tricolor.

Sobre a volta do futebol aqui no Brasil, ainda não há previsão, mas Carlos Gamarra já está preparado para as lesões quando a bola voltar a rolar. No entanto, o preparador físico tricolor pede que tenha um período antes dos jogos acontecerem para que todos os clubes conseguirem trabalhar fisicamente, tecnicamente e taticamente.

"Agora sobre a volta, a Bundesliga já voltou e teve umas oito lesões em cinco jogos. Então é isso o que vai acontecer e temos plena consciência disso. Só esperamos que tenhamos umas três semanas para trabalhar, ter todas as valências físicas, as partes técnicas e tática, até para que o Itamar (Schulle, técnico) possa trabalhar também. A tristeza nessa paralisação também é por isso, pelo momento em que a gente estava, que era maravilhoso. E como a gente vai voltar? Então essas perguntas ficam no ar e a gente vai tentar solucionar da melhor maneira possível", finalizou Carlos Gamarra.

 

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