Se atualmente o Santa Cruz convive com uma situação financeira apertada, de contenção de gastos e, até mesmo, de atrasos salariais, a perspectiva para um futuro recente é de bonança. Ou, pelo menos, de estabilidade nas contas do clube. Isso porque, com a pandemia do novo coronavírus, muitas empresas que patrocinavam o Tricolor do Arruda suspenderam os pagamentos, mas com a promessa de restabelecer os acordos assim que a economia nacional voltar à normalidade. Além disso, a direção coral tem outras garantias de receitas para os cofres do clube que são as verbas de ativos que foram negociados para outros clubes nos últimos meses.
Um desses casos é com relação ao zagueiro João Victor, oriundo das categorias de base do Santa Cruz e que, após disputar a Série C do ano passado, teve 50% dos seus direitos econômicos vendidos para o Vitória por R$ 800 mil. Entretanto, o clube baiano só pagou a primeira parcela, no valor de R$ 100 mil, com outras quatro do mesmo valor ainda em aberto.
Mesmo com esse atraso, o diretor de futebol coral, Fred Dias, não se mostra preocupado. "O Santa Cruz tem outras várias receitas que, por conta da pandemia, foram suspensas e reprogramadas. Sobre esse caso do João Victor, o Vitória é um clube parceiro do Santa Cruz, Constantino Júnior (presidente tricolor) tem uma relação muito boa com Paulo Carneiro (presidente do rubro-negro baiano), os dois têm um pensamento conjunto em relação à Liga do Nordeste, do futebol nordestino e que temos de fortalecer cada vez mais a Copa do Nordeste... E o Vitória, além dos seus percalços por conta da pandemia, já vinha em uma crise financeira grande. Mas sabemos que temos esse recebível junto a eles e, em breve, o pagamento será cumprido. Não é uma situação que vamos ter problemas. Logo isso será solucionado", garantiu o dirigente tricolor, em entrevista ao repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal.
Além dos R$ 700 mil que ainda tem a receber referente à venda do zagueiro João Victor, o Santa Cruz tem outros R$ 900 mil de crédito com o Botafogo referente à negociação envolvendo a venda de 50% dos direitos econômicos do lateral-direito Warley. Essa quantia pode ser empregada na contratação por empréstimo de atletas oriundos do clube carioca. Ou seja, assim como aconteceu com Victor Rangel nos quatro primeiros meses do ano, quando o centroavante vestiu a camisa tricolor, mas teve os salários pagos integralmente pelo Botafogo (total de R$ 280 mil nos quatro meses). Existe a possibilidade de outros atletas acertarem com o clube pernambucano com os vencimentos pagos pelos cariocas, debitando dos R$ 900 mil de crédito em aberto.
- Auxiliar técnico do Santa Cruz critica data prevista para volta do Campeonato Pernambucano
- Diretor do Santa Cruz detalha situação financeira do clube "muito difícil"
- Presidente do Santa Cruz garante ser rigoroso com a saúde na volta do futebol
- Executivo do Santa Cruz diz que atletas estão animados com volta dos treinos: 'alguns comemoraram'
- Presidente do Santa Cruz deseja volta da Copa do Nordeste: 'Competição de sucesso total'
PATROCINADOR MASTER
Outra verba significativa que está suspensa é a referente ao patrocinador master do Santa Cruz. "É uma empresa que vive de jogos de futebol e outros esportes com as apostas esportivas. E, assim como nós, esse patrocinador sofreu com os efeitos da pandemia. Mas é um grande parceiro do clube e a gente sabe que em breve vão retomar os pagamentos. Contamos com essa parceria com eles e vamos conseguir contornar essa situação. Assim que as competições retornarem, eles vão retomar os pagamentos", garantiu Fred Dias, sem mencionar os valores devidos pelo patrocinador.
Comentários