Com dois meses de paralisação, o técnico Daniel Paulista não escondeu a preocupação com o futuro do Sport após a pandemia do novo coronavírus. Em entrevista ao Jornal do Commercio e Blog do Torcedor, ele frisou que deve ser preciso tomar grande cuidado com a saúde dos jogadores. Isso porque os atletas estão passando um maior tempo de inatividade, mesmo com os trabalhos realizados em casa, em relação ao andamento tradicional da temporada, pois a única pausa acontecia nas férias de dezembro. Dessa maneira, na visão dele, é preciso proporcionar um período correto de nova pré-temporada ao elenco.
"A paralisação está se estendendo por um longo período e essa possibilidade que esse período aumente traz um prejuízo para os atletas na parte física e fisiológica. Esse é o ponto que mais preocupa, já que não temos uma previsão de se preparar para os jogos. Se não tivermos um período adequado, não teremos rendimento e o número de lesões vai aumentar. São pontos que teremos que ter cuidado nessa volta", disse o comandante rubro-negro.
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Sob o comando de Daniel Paulista, o Leão disputou apenas seis jogos antes da paralisação. Foram duas vitórias (Afogados e Santa Cruz), duas derrotas (Salgueiro e Ceará) e dois empates (América-RN e Petrolina). O Pernambucano e a Copa do Nordeste estão na última rodada da primeira fase. Em ambas as competições, o Sport ainda tem chance de classificação. Os últimos jogos são contra o rival tricolor e o Confiança, respectivamente.
As atividades de quase todos os departamentos estão paralisadas na Ilha do Retiro desde o dia 17 de março. A última partida aconteceu dois antes contra o Ceará pelo Nordestão. Na ocasião, o Sport perdeu por 2x1, de virada, na Arena Castelão, em Fortaleza. Nesse jogo, Daniel já contou com dois reforços: o zagueiro Iago Maidana e o meia Bruninho, que foi o único que estreou. O atacante Philip, ainda não estava no condicionamento físico ideal, e o também atacante Ronaldo e o lateral-direito Patric tiveram as negociações concluídas durante a suspensão dos jogos.
Crise
Sem partidas, o Sport observou uma queda drástica nas receitas. Atualmente, conta apenas com as mensalidades dos sócios e as parcelas da cota dos direitos de transmissão do Brasileirão, que foram reduzidas em 75% por causa da pandemia do novo coronavírus. Com o desconto de R$ 16 milhões de adiantamento de outras gestões, o Leão está recebendo no momento R$ 500 mil por mês.
O resultado não poderia ser outro: pagamentos atrasados. Segundo o presidente Milton Bivar, o time profissional está com dois meses (março e abril) de salários atrasados. Os funcionários que ganham até R$ 2.300 apenas com o abril em aberto. Os demais que, juntos somam uma folha salarial de R$ 190 mil, estão com débitos iguais ao departamento de futebol.
Além disso, o Sport ainda precisa arrecadar a quantia de quase R$ 6 milhões para pagar ao Sporting, de Portugal, devido ao pagamento da compra do atacante André, que não foi feito em 2017. O clube europeu entrou com uma ação na Fifa e já ganhou a causa. A entidade máxima do futebol notificou o time rubro-negro no dia 4 de março e colocou o prazo de 45 dias para a quitação do débito. O que ainda não foi feito por parte da equipe pernambucana. E, assim, corre o risco de sofrer sanções que variam de proibição de registrar atletas a rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
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