Da saída de bola até a falta de criatividade: os problemas que Umberto Louzer precisará ajustar no Sport
O técnico Umberto Louzer começa a treinar o Sport nesta terça-feira e vai ter muito trabalho pela frente
O técnico Umberto Louzer começa a treinar o Sport nesta terça-feira. E o que se sabe é que o novo treinador terá muito trabalho no Rubro-Negro. De início, o novo comandante vai precisar dar uma cara ao Leão, algo que a equipe não tem no momento - teve na Série A, mas perdeu. Eliminado de forma vexatória da Copa do Nordeste e Copa do Brasil, o Sport segue repetindo problemas rodada após rodada. Alguns, aliás, acompanham o Rubro-Negro desde a Série A de 2020. Portanto, seja lá qual for o estilo de jogo que Louzer vai adotar no clube, a missão será suprir essas lacunas no time.
Diante disso, a reportagem do Jornal do Commercio traz alguns pontos problemáticos do Sport, que vão desde a bola aérea até a falta de criatividade do time leonino - isto, aliás, já vem acompanhando desde a Série A do ano passado. São lacunas que o Leão precisa corrigir para tentar voltar a ser competitivo - ainda mais com a Primeira Divisão batendo na porta. A estreia de Louzer será no próximo sábado, diante do Retrô, pelo Campeonato Pernambucano.
DEFINIR QUEM É O GOLEIRO TITULAR
Luan Polli fez uma boa Série A pelo Sport, mas caiu bastante na atual temporada e, por conta disso, o time passou por mudanças no gol. Carlos Eduardo assumiu por um recorte da temporada e deu conta do recado, mas se machucou e vai demorar para voltar, o que fez Polli retornar à titularidade. No entanto, o arqueiro foi expulso e aí Maílson é quem assumiu a meta leonina - é o titular até aqui. Portanto, é importante que Louzer ajuste este ponto, seja definindo um desses como titular absoluto ou buscando uma peça no mercado. O Sport sondou Anderson, ex-Náutico e Santa Cruz, e que hoje está sem tanto espaço no Athletico Paranaense.
BOLA AÉREA PROBLEMÁTICA
Entre time principal, alternativo e um cheio de garotos, o Sport tomou 23 gols na temporada. E 11 desses foram originados de jogadas aéreas. Ou seja, é um grave problema do time. Na Série A do ano passado, aliás, o Leão conseguiu vencer jogos tendo a bola aérea como um grande ponto positivo e sendo determinante para os triunfos, tanto que os zagueiros Adryelson e Maidana se destacavam no quesito. No entanto, mesmo tendo mantido a dupla de zaga, o setor vem sendo um problema.
O ponto principal não está nos nomes da defesa, mas sim no encaixe. Claramente o modelo de marcação proposto por Jair Ventura e César Lucena não funcionaram até aqui. E aí é mais uma missão para Umberto Louzer, uma vez que times com problemas na bola aérea tendem a sofrer bastante para vencer os jogos, ainda mais se olharmos para a Série A do Campeonato Brasileiro, onde a maioria dos times são superiores ao Sport.
SAÍDA DE BOLA
Talvez este seja o problema mais grave do Sport na temporada e é um grande impeditivo para o Rubro-Negro ser um time mais propositivo contra times mais fracos. Sem ter volantes que tenham característica para jogar com a bola, o Leão tem errado muito na hora de fazer a transição. E aí torna-se um time travado e pouco criativo. Já era um problema durante a Série A, mas o fato do Sport jogar de maneira mais reativa e ter menos a posse minimizava isso. Agora, tendo que tomar a iniciativa na maioria dos jogos, os volantes leoninos não estão demonstrando a qualidade necessária para ajudar neste quesito.
O ponto, claro, é que praticamente todos eles têm uma característica mais marcadora e de destruição das jogadas. Dos que mais jogam ali no setor, Betinho é a peça que mais tem qualidade para fazer essa saída de bola melhorar. No entanto, não consegue ser regular e não vive um momento por ali. Marcão e Ronaldo, outros que também mais atuam, são mais úteis na marcação. Sem tanto espaço, Ricardinho é outro que não consegue ter essa boa saída de bola regular e com qualidade, assim como Márcio Araújo. Zé Welison e Rentería, que ainda não estrearam, são duas peças que também têm a marcação como principal característica.
Sem essa boa saída de bola, o Sport fica travado. E não apenas pelo meio, uma vez que tentar sair jogando com os laterais também não vem funcionando até aqui. Sendo assim, a tendência é de que Umberto Louzer peça ao menos um segundo volante para jogar por ali e melhorar este quesito. Outra alternativa, pelo menos contra times mais fracos, seria recuar Thiago Lopes e jogar como segundo volante, assim como foi no Coritiba do próprio Umberto Louzer, em 2019.
FALTA DE CRIATIVIDADE
Este é um problema que acompanhou o Sport desde a Série A do ano passado e provavelmente está relacionado com o ponto acima apontado na reportagem: a saída de bola. Até aqui, mesmo tendo mais a bola, o Leão não consegue ser criativo com regularidade. E isso é um ponto que o técnico Umberto Louzer vai precisar ajustar na equipe. Apesar de ter usado uma formação ousada na maioria dos jogos, com um meia e três atacantes, o Rubro-Negro sofre para criar jogadas, apesar da posse de bola ser maior na maioria dos jogos.
Há um problema de encaixe e no modelo de ataque do Sport na temporada, algo que também se repetiu na Série A do ano passado. No seu último trabalho, Umberto Louzer não adotava uma Chapecoense tendo um modelo mais propositivo, porém muito eficiente na hora da construção das jogadas e também na conclusão. Portanto, o comandante terá que encontrar o melhor encaixe para as peças do Sport tanto no aspecto individual como no coletivo.
Um dos caminhos poderia ser recuar o meia Thiago Lopes para segundo volante, colocando Gustavo e Thiago Lopes na criação, e Neilton e Mikael na dupla de ataque. Este desenho poderia, em tese, deixar o Sport mais propositivo e com um maior volume ofensivo, sobretudo contra times mais fracos tecnicamente.
DEFINIR O CENTROAVANTE TITULAR
Artilheiro do Sport na temporada, o prata da casa Mikael vem pedindo passagem no time titular. No entanto, César Lucena optou por Santiago Tréllez nas últimas partidas, mesmo com o colombiano em má fase e Mikael em alta. Portanto, este é mais um ponto para Louzer ajustar no time, tendo o prata da casa em vantagem até aqui.