COLUNA DO ESTADÃO

Com Lula, ganha força volta de Bolsonaro ao PSL

O antigo partido de Bolsonaro seria o único com "paridade de armas", com fundo eleitoral e tempo de rádio e TV capazes de disputar contra o PT no próximo ano

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Alberto Bombig

Publicado em 17/04/2021 às 7:03
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A volta do ex-presidente Lula ao jogo eleitoral, com a decisão do STF de anular as condenações do petista, reforçou do outro lado do tabuleiro a intenção de aliados do presidente para que ele se filie a um partido com estrutura robusta. A principal aposta hoje é a volta ao PSL. O antigo partido de Bolsonaro seria o único com "paridade de armas", com fundo eleitoral e tempo de rádio e TV capazes de disputar contra o PT no próximo ano. Um dos principais fiadores dessa tese de reconciliação com o PSL é o '01', senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Fatia do bolo

Ainda não há cálculo do valor do fundo eleitoral no ano que vem, mas, por terem as maiores bancadas, PT e PSL saem na frente. Em 2020, o partido de Lula levou R$ 201 milhões, e o PSL, R$ 199 milhões. "O presidente vai precisar viajar, ter uma campanha muito ativa e sem os recursos não vai dar", afirmou o deputado Carlos Jordy (RJ). Assim como outros parlamentares ouvidos pela Coluna, ele defende a reconciliação, mas desde que haja expulsão de alguns deputados, como Joice Hasselmann (SP).

Compare

O Patriota, com quem o Planalto vinha tendo boas conversas até aqui, recebeu R$ 35 milhões do fundo no ano passado.

Sem pressa

Pessoas próximas ao clã Bolsonaro garantem que nada ainda é certo e que seja bem provável que o presidente só bata o martelo no limite legal para sua filiação, seis meses antes da disputa.

Ocupado

Outros partidos, como Republicanos, PP e PSC, são aliados do presidente, mas há resistência dos caciques em abrir espaço em definitivo para o clã.

A ver

Um ministro de Bolsonaro dá como certo o apoio do PP e do PL em 2022 porque são partidos mais apegados à liberação de emendas. Faltou na lista, porém, PSD, Republicanos e DEM, que também têm ministros na Esplanada.

Azedou

Kassio Nunes Marques, outrora elogiado até por críticos de Bolsonaro no mundo jurídico, agora virou alvo por seus votos no STF. Dizem parecer outro magistrado. A leitura é de que ainda está em "dívida" com o presidente.

Extra

Senadores que integram a CPI da Covid veem no ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta uma espécie de consultor informal dos parlamentares. Além de grande conhecedor da pasta, tem expertise em governo Bolsonaro.

Flávia Cruise

Bolsonaro escalou a recém-chegada ministra Flávia Arruda para tentar frear as iniciativas contrárias ao governo na CPI da Covid, o que foi visto por senadores críticos ao governo como uma "missão impossível". Até agora, não tem tido muito resultado.

Lista

O senador Humberto Costa (PT-PE) quer chamar o biólogo e doutor em virologia Átila Iamarino para falar no início da CPI.

Ajudinha

O senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) apresentou projeto para repassar R$ 3,4 bilhões para hospitais filantrópicos e Santas Casas. Deve levar o presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, Renato Loures, quando for entregar a proposta a Bolsonaro.

Pronto, falei

"A aceleração da pandemia no País chama a atenção do mundo. Precisamos da cooperação internacional para obter mais vacinas", pontuou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, sobre reunião com a ONU.

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