Coluna do Estadão

MP quer o 'Laranjômetro' para fiscalizar eleições

Ferramenta de inteligência artificial foi criada em 2020 pelo gabinete compartilhado dos deputados Felipe Rigoni (União-ES) e Tabata Amaral (PSB-SP) e do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE)

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Camila Turtelli

Publicado em 04/04/2022 às 8:20 | Atualizado em 15/04/2022 às 2:00
Análise
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Enquanto o Congresso aprova a anistia para partidos pelo descumprimento da cota para mulheres e negros, o Ministério Público pediu ajuda a um grupo de parlamentares para investigar o descumprimento da regra nas eleições. A ideia é usar o "Laranjômetro", ferramenta de inteligência artificial criada em 2020 pelo gabinete compartilhado dos deputados Felipe Rigoni (União-ES) e Tabata Amaral (PSB-SP) e do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). A plataforma cruza dados para identificar, antes das votações, indícios de uso de mulheres lançadas apenas para seus partidos cumprirem a cota de gênero. "A ferramenta auxiliará na otimização da fiscalização eleitoral", dizem os parlamentares.

Boa ideia

A intenção dos parlamentares é liberar gratuitamente o código-fonte da ferramenta e os dados usados em sua elaboração. Em 2020, o Laranjômetro indicou ao menos 5 mil possíveis candidatas laranjas, como revelou o Estadão. "A inteligência artificial tem sido usada para fragilizar processos consolidados no País, sobretudo com a propagação de fake news. É de extrema importância que os órgãos responsáveis pela fiscalização e repressão dessas práticas também usem a tecnologia, mas a favor da democracia", assinalam os deputados.

Acorda aí

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, criticou diversas siglas pelos enroscos da 3ª via. "O PSDB
totalmente dividido, o União Brasil mais focado em fazer bancada, e a Simone Tebet lutando pra convencer um MDB que quer, em grande parte, apoiar o Lula".

Sem culpa

Na semana passada, a Câmara aprovou proposta de emenda à Constituição (PEC) que concede uma ampla anistia a partidos que nas últimas eleições descumpriram as regras de direcionamento mínimo de verbas públicas para mulheres e negros.

Gota...

Em São Paulo, Tabata acionou a o Ministério Público do Estado contra a Sabesp por causa dos cortes noturnos de água em bairros periféricos da capital. A parlamentar acusa a empresa de não fazer aviso prévio individualizado aos usuários e de não ser transparente sobre os cortes.

...d'água

A Sabesp justificou que imóveis precisam ter reservatório capaz de garantir o abastecimento por no
mínimo 24 horas e, desta forma, os efeitos da chamada "demanda noturna" não seriam sentidos. Também informou que faz manutenção diária na rede e aponta ligações irregulares como causadoras de redução e atraso da vazão de água.

Peças

Júnior Bozzella (SP) quer se lançar ao Senado pelo o União Brasil. Caso o partido aceite, a vaga ficará
"congelada" e não poderá ser eventualmente ocupada por Moro.

É o quê?

Há muito remorso entre lideranças do Podemos com Sérgio Moro. Pesou, para dirigentes, o fato de a sigla
ter ficado sabendo da troca partidária pela imprensa.

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