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Acidentes de trânsito: ortopedista explica o que mais preocupa e como tratar esses traumas

Vice-presidente do Cremepe e Diretor Administrativo e Financeiro do Simepe, Mário Jorge Lobo, pontua os três primeiros passos após uma colisão

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Caio Ponciano

Publicado em 31/01/2023 às 11:46 | Atualizado em 21/04/2023 às 9:44
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Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que acidentes de transporte terrestre, independente do tipo de veículo, representam cerca de 20 a 50 milhões de lesões não fatais, muitas delas resultando em incapacidade.

A OMS revela ainda que as lesões causadas por essas colisões são a principal causa de morte de crianças e jovens entre os cinco e 29 anos.

O Brasil é um dos países com os maiores números de óbitos e internações por acidentes de trânsito, causando impacto sobre os sistemas de saúde por suas demandas que sobrecarregam as urgências, os hospitais e os serviços de diagnóstico e reabilitação.

Para o ortopedista, Vice-presidente do Cremepe e Diretor Administrativo e Financeiro do Simepe, Mário Jorge Lobo, suavizar o dano e estabilizar a vida são os primeiros passos a serem realizados no paciente após o trauma.

“A primeira coisa a se atentar nos acidentes automobilísticos é o dano, a dispersão de energia que esses acidentes podem causar, desde pequenas dispersões de energia, um traumatismo pequeno, em um acidente pequeno, até uma grande dispersão de energia naqueles politraumatizados existentes”, indica o especialista.

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Para o ortopedista Mário Jorge Lobo, suavizar o dano e estabilizar a vida são os primeiros passos - JAILTON JR./JC IMAGEM

“Após estabilizar a vida, vem o segundo elemento que é preservar os membros e a integridade física. Então devemos salvar um pé esmagado, uma perna machucada. O terceiro momento é preservar a função. São etapas para que aquele membro, aquele corpo, seja funcional novamente e venha à reabilitação”, ressalta o ortopedista Mário Jorge Lobo.

Acidentes com moto

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito, em fevereiro de 2020, havia registrada no Brasil uma frota de 27,9 milhões de motos, incluindo-se motocicletas e motonetas.

Esses números correspondem a 26,4% da frota nacional, 48,2% da frota da região Norte e 43,2% da região Nordeste. Se fizermos um comparativo, esse contingente era de pouco mais de 2,7 milhões de veículos em 1998.

Esse crescimento está relacionado a diversos fatores, como facilidade de aquisição, baixo custo, mercado de entregas, ineficiência do transporte coletivo, entre outros. Com o aumento do número de motos nas ruas, aumentam também os acidentes graves com esse tipo de transporte no Brasil.

Segundo um estudo da Abramet, a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, no primeiro semestre de 2021, 71.344 acidentes graves com a internação de condutores foram registrados no país.

Segundo Mário Jorge Lobo, ortopedista, Vice-presidente do Cremepe e Diretor Administrativo e Financeiro do Simepe, a cirurgia não é a única saída para corrigir esses traumas.

“Inicialmente tem que ter o entendimento de que o sistema locomotor é um sistema físico, onde a gente tem uma força motora e um deslocamento. A parte física é essencial até diante do medicamento, que visa diminuir os efeitos das lesões mas, como foco, nós precisamos corrigir a causa das lesões e, normalmente, a causa da lesão é corrigida do ponto de vista físico, que pode ser fisioterápico, e seus elementos coadjuvantes, como terapia ocupacional e acupuntura, ou a cirurgia”, afirma.

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Mário Jorge Lobo ressalta que o objetivo principal vai ser sempre prezar pela qualidade de vida do paciente - JAILTON JR./JC IMAGEM

De modo geral, do ponto de vista ortopédico, Mário Jorge Lobo ressalta ainda que, independente do caso, o objetivo principal vai ser sempre prezar pela qualidade de vida do paciente.

“Nosso principal desafio é manter a capacidade funcional do indivíduo, manter com que o ele interaja com os outros e interaja com o ambiente, que seja produtivo laboralmente, do ponto de vista do seu entretenimento, que é a qualidade de vida”, finaliza.

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