RELIGIÃO

Papa convoca oração universal e dará perdão extraordinário por causa do coronavírus

O Vaticano também abriu a possibilidade de absolvição coletiva neste momento de grave necessidade

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Agência Estado
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Publicado em 23/03/2020 às 8:18 | Atualizado em 23/03/2020 às 9:19
Vatican Media
O documento foi aprovado pelo papa Francisco em 27 de junho. - FOTO: Vatican Media

Com templos fechados no mundo todo, o papa Francisco convocou para quarta-feira (25) uma oração universal do pai-nosso, para a qual pediu apoio de todas as igrejas cristãs e confissões religiosas. Além disso, na sexta-feira, fará uma declaração universal em que destacará o perdão espiritual para as pessoas que combatem o coronavírus, para as que morreram em decorrência da doença e para as que rezam por todos.

"Na sexta, darei a Bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo, normalmente usada na Páscoa e no Natal), à qual será acompanhada a possibilidade de receber a indulgência plenária. Queremos responder à pandemia com a universalidade da oração, da compaixão, da ternura. Permaneçamos unidos. Façamos com que as pessoas mais sozinhas e em maiores provações sintam a nossa proximidade", afirmou Francisco neste domingo.

Um Decreto da Penitenciaria Apostólica do Vaticano concedeu na sexta-feira a possibilidade da chamada indulgência plenária aos doentes de coronavírus, aos que cuidam deles e a todos os fiéis do mundo que rezam por eles. Na Igreja Católica, essas indulgências se referem às penas temporais a serem pagas em caso de desobediência a Deus. Há variadas formas de receber a indulgência, que vão de uma récita de pai-nosso, credo e uma oração a Maria até a leitura de meia hora da 'Bíblia', por exemplo.

O Vaticano também abriu a possibilidade de absolvição coletiva neste momento de grave necessidade. No catolicismo, o perdão é dado por meio de uma confissão individual com o padre. Com as dificuldades trazidas pelo coronavírus que levam ao isolamento social, o fechamento de templos e impossibilidade de cerimônias coletivas - só no Brasil metade das dioceses fechou templos, incluindo anteontem a Arquidiocese de São Paulo -, caberá a cada bispo estabelecer essa necessidade.

"Cabe a ele determinar, no território de sua circunscrição eclesiástica e em relação ao nível de contágio pandêmico, os casos de grave necessidade em que é permitido dar absolvição coletiva: por exemplo, na entrada das repartições hospitalares, onde se encontram internados os fiéis contagiados em perigo de morte, utilizando, na medida do possível e com as devidas precauções, os meios de amplificação da voz a fim de que a absolvição possa ser ouvida", explica o texto oficial.

A Penitenciaria também pede para avaliar "a necessidade e a oportunidade de criar, onde for necessário, e de acordo com as autoridades de saúde, grupos de 'capelães hospitalares extraordinários', também de forma voluntária e conforme as regras de proteção contra o contágio, para garantir a necessária assistência espiritual aos doentes e agonizantes".

O papa voltou a reiterar a necessidade de seguir as ordens das autoridades. "A nossa proximidade aos médicos, aos profissionais da saúde, enfermeiros e enfermeiras, voluntários... A nossa proximidade às autoridades que devem tomar medidas duras, mas para o nosso bem. Nossa proximidade aos policiais, aos soldados, que nas ruas procuram manter sempre a ordem, que se realizem as coisas que o governo pede para o bem de todos nós. Proximidade a todos."

Na última quarta-feira, o papa Francisco solicitou apoio a uma oração universal, incluindo todas as religiões. "Convido todos os chefes das igrejas e os líderes de todas as Comunidades cristãs, junto a todos os cristãos das várias confissões, a invocar o Altíssimo, Deus Todo-Poderoso, recitando simultaneamente a oração que Jesus Nosso Senhor nos ensinou. Portanto, convido todos a recitar o pai-nosso ao meio-dia da próxima quarta-feira", disse ele, voltando a abençoar ontem uma Praça de São Pedro vazia, sem fiéis, por causa do avanço da covid-19.

O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Confira o mapa de casos

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Confira o passo a passo de como lavar as mãos de forma adequada

 

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