Os ministros das Finanças europeus chegaram nesta quinta-feira (9) a um acordo para um plano de ajuda no valor de 500 bilhões de euros para enfrentar as consequências da pandemia do novo coronavírus, após superadas as objeções da Holanda.
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"É um grande dia para a solidariedade europeia", reagiu o ministro alemão, Olaf Scholz.
Trata-se de um "excelente acordo", tuitou o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, que inclui "500 bilhões de euros disponíveis imediatamente", sem condições, como pediam os países do sul, e "um fundo de estímulo posterior".
No entanto, os 27 países-membros do bloco voltaram a descartar a ideia de uma missão de dívida comum, como queriam Espanha e Itália.
Diante do maior desafio econômico para a UE desde sua criação, dar uma resposta comum era uma necessidade.
Os chefes de Estado e de governo não conseguiram chegar a este acordo em 26 de março passado e seus ministros tiveram que adiar sua reunião na terça-feira, após 16 horas de discussões infrutíferas, até esta quinta-feira.
A ideia de uma emissão da dívida comum, que suscitava a ferrenha oposição de países como a Holanda, foi adiada, segundo as fontes consultadas.
Concretamente, a resposta comum europeia tem três eixos: até 240 bilhões de euros de empréstimos do fundo de emergências da zona do euro, um fundo de garantias de 200 bilhões de euros para as empresas e até 100 bilhões de euros para programas de desemprego parcial.
A sombra da 'Grande Depressão'
Um entendimento é mais do que necessário, pois a economia europeia está caminhando para uma profunda recessão em 2020.
O FMI prevê a "pior crise econômica" desde a Grande Depressão de 1929, estimando que 170 países entre seus 189 membros sofrerão uma contração em sua renda per capita este ano.
"A confiança de nossos cidadãos depende de nós. Temos que chegar a um acordo", escreveu o presidente do Eurogrupo, Mario Centeno, no Twitter pouco antes da reunião.
Os Estados-membros criticam a Holanda - apoiada, segundo uma fonte europeia, pela Áustria, Suécia e Dinamarca - por bloquear o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), condicionando os empréstimos que este fundo de ajuda da zona euro poderia conceder a reformas econômicas.
Esse "condicionamento", que faria retroceder à época em que a Grécia era forçada a aplicar reformas dolorosas, seria experimentado como humilhação pela Itália e pela Espanha, os dois países europeus mais afetados pela pandemia.
O MEE, criado em 2012 durante a crise da dívida na zona do euro, poderia conceder empréstimos a um Estado em dificuldades de até 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB), ou até 240 bilhões de euros para todo o zona do euro.
"Há realmente coisas a serem discutidas. (Mas) se precisarmos de mais tempo, levaremos", disse o ministro das Finanças da Holanda, Wopke Hoekstra, na quarta-feira, pouco antes da reunião.
A mutualização da dívida é, de fato, uma linha vermelha para Berlim e Haia, que se recusam a se comprometer com um empréstimo conjunto com Estados fortemente endividados, que consideram maus administradores.
Uma reativação é possível "com instrumentos muito clássicos" e já existentes, "como por exemplo o orçamento da União Europeia", alegou o ministro alemão.
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O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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