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Doença bacteriana vinculada a morcegos está em estudo na Nova Caledônia

Suspeito de ser a causa da nova pandemia de coronavírus, o morcego carrega muitos vírus e tem um sistema imunológico extraordinário

AFP
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Publicado em 22/05/2020 às 9:31 | Atualizado em 22/05/2020 às 9:35
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O estudo ainda não foi avaliado de forma independente por outros pesquisadores - FOTO: PIXABAY

Um grupo de cientistas está realizando pesquisas na Nova Caledônia sobre uma nova doença bacteriana suspeita de ser transmitida por morcegos - informaram fontes médicas nesta sexta-feira (22).

Suspeito de ser a causa da nova pandemia de coronavírus, o morcego carrega muitos vírus e tem um sistema imunológico extraordinário.

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Depois de registrar casos inexplicáveis de pacientes com perda de peso, febre, transtornos hematológicos e aumento do baço, o Territorial Hospital Center (CHT) na Nova Caledônia enviou amostras para o Instituto Hospital-Universitário de Marselha (IHU), em 2017.

Uma bactéria - Mycoplasma haemohominis - foi então identificada, sendo também encontrada em morcegos, disse à AFP o dr. Julien Colot, do CHT.

Apelidada de febre hemolítica, essa nova zoonose afetou 15 pacientes da Nova Caledônia entre 2012 e 2019. Quatro deles morreram. Os outros pacientes foram rapidamente curados com tratamento com antibióticos.

"Todos os pacientes, exceto um, estiveram em contato com morcegos grandes, caçando ou cozinhando, e a maioria os comeu entre três semanas e três meses antes do início dos sintomas", relatou o dr. Colot.

Este morcego, conhecido como roseta, é um animal emblemático da Nova Caledônia, onde quatro espécies foram identificadas. Três delas são endêmicas. Também conhecido como raposa-voadora, este mamífero, cuja caça é regulamentada, também é um prato tradicional.

A população leva muito pouco em consideração possíveis riscos de contaminação.

Pesquisadores desenvolveram um teste para detectar essa nova bactéria, mas agora os cientistas querem entender melhor seus modos de transmissão e estender seu trabalho para áreas do Pacífico, onde esse morcego também está presente, como Vanuatu, ou Wallis e Futuna.

"Também se suspeita de outros reservatórios dessa bactéria, como ratos, carrapatos, ou plantas potencialmente contaminados pela saliva das raposas-voadoras", acrescentou o dr. Julien Colot.

Os primeiros resultados são esperados para 2021.

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