Tensão internacional

Trump anuncia medidas contra a China e gera tensão internacional

Trump ainda afirmou que começará o processo para retirar o tratamento especial de Hong Kong

Estadão Conteúdo
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Publicado em 29/05/2020 às 16:56 | Atualizado em 29/05/2020 às 18:03
AFP
Trump afirmou que as caixas de correio não são higienizadas contra a covid-19. - FOTO: AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (29) uma série de medidas contra a China. Em declarações a repórteres na Casa Branca, Trump disse que iria suspender vistos de cidadãos chineses que seriam um "risco à segurança americana", além de dizer que orientaria um grupo de trabalho a avaliar as práticas de empresas da China listadas em solo americano.

O líder ainda afirmou que começará o processo para retirar o tratamento especial de Hong Kong, após Pequim avançar com uma lei de segurança que, para o governo americano, representa na prática o fim da política de "Um país, dois sistemas" até então em vigor. "Eles quebraram sua promessa com o mundo de manter a autonomia de Hong Kong", afirmou Trump.

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Além disso, ele disse que a China "encobriu" o "vírus de Wuhan", em uma referência ao novo coronavírus, o que permitiu que a doença se disseminasse pelo mundo e provocasse uma pandemia. Segundo Trump, a China ignorou suas obrigações de reportar esse problema à Organização Mundial da Saúde (OMS) e pressionou esta a enganar o mundo quando o vírus foi descoberto. Com isso, muitas pessoas morreram e grandes prejuízos econômicos ocorreram, argumentou.

"O padrão da China de falhas de conduta é sabido por todos", afirmou Trump. "Durante anos eles levaram vantagem de nós como nunca ninguém antes", disse. Para ele, a China conseguiu retirar fábricas e empregos dos EUA, além de "roubar nossa propriedade intelectual e violar seus compromissos na Organização Mundial de Comércio". Segundo ele, não apenas Pequim é culpado, mas também governos americanos anteriores.

Diante do quadro, Trump disse que adotará os "passos necessários" para impor sanções contra autoridades da China e de Hong Kong por envolvimento "direto ou indireto" na "erosão da autonomia" da região. Também anunciou que os EUA suspenderão a entrada de "certos cidadãos da China que nós identificamos como riscos à segurança", mencionando também que adotará medida para garantir a pesquisa em universidades do país.

Ele disse também que instruiu o grupo de trabalho presidencial para os mercados financeiros a avaliar as práticas de companhias chinesas listadas nos EUA. Segundo Trump, a intenção é "proteger investidores", que não devem estar expostos ao "risco associado a investir em companhias chinesas que não jogam com as mesmas regras".

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