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China promete contra-ataque aos EUA após anúncios de Trump sobre Hong Kong

Trump deseja limitar a entrada de cidadãos chineses em seu país e impor sanções comerciais a Hong Kong

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Publicado em 01/06/2020 às 11:41 | Atualizado em 01/06/2020 às 11:41
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Em uma declaração com tom firme, Donald Trump anunciou a suspensão da entrada nos Estados Unidos dos cidadãos chineses que representam um "risco" potencial para a segurança do país - FOTO: SAUL LOEB / AFP

A China prometeu, nesta segunda-feira (1º), ao governo dos Estados Unidos uma resposta após os anúncios do presidente Donald Trump, que deseja limitar a entrada de cidadãos chineses em seu país e impor sanções comerciais a Hong Kong.

"Qualquer declaração ou ação que prejudique os interesses da China encontrará um firme contra-ataque", declarou Zhao Lijian, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

Esta é a primeira reação de Pequim às medidas anunciadas na sexta-feira (29) pelo presidente americano. A tensão entre os dois países é grande em consequência da pandemia de covid-19, da situação dos muçulmanos uigures no noroeste da China e do comércio bilateral.

Em uma declaração com tom firme, Donald Trump anunciou a suspensão da entrada nos Estados Unidos dos cidadãos chineses que representam um "risco" potencial para a segurança do país.

O republicano também pediu a sua administração que retire as medidas comerciais preferenciais para Hong Kong, ao criticar uma polêmica lei sobre segurança nacional imposta por Pequim no território autônomo. Trump pediu ainda a investigação de empresas chinesas cotadas nos Estados Unidos.

Remediar erros

"A China pede ao governo dos Estados Unidos para remediar imediatamente esses erros e que abandone a mentalidade de Guerra Fria", ressaltou Zhao Lijian em entrevista coletiva.

O catalisador dessa série de medidas parece ser a polêmica lei de segurança nacional que a China deseja impor a Hong Kong, considerada uma maneira de silenciar a oposição e restringir as liberdades no território semi-autônomo, palco de massivas e frequentemente violentas manifestações pró-democracia desde 2019.

A entrega de Hong Kong à China foi feita sob o princípio "um país, dois sistemas", que permitiu à ex-colônia britânica preservar liberdades desconhecidas na China continental, como uma Justiça independente, liberdade de expressão e um parlamento parcialmente eleito por sufrágio universal, além de outras no campo econômico.

Essas exceções levaram muitos países, como Estados Unidos, a aprovar leis que autorizam tratar Hong Kong como uma entidade comercial separada do regime chinês.

Mas a China "não cumpriu sua palavra de garantir a autonomia de Hong Kong", explicou Trump na sexta-feira. "É uma tragédia para o povo de Hong Kong, para o povo da China e para todo o mundo", acrescentou.

Portanto, o presidente americano anunciou que deseja encerrar as isenções concedidas a Hong Kong como parte de seu relacionamento especial.

"Todas as medidas anunciadas (por Donald Trump) constituem uma séria interferência nos assuntos internos da China", respondeu Zhao Lijian nesta segunda.

Dois pesos, duas medidas

O porta-voz aproveitou a ocasião para comparar os protestos em Hong Kong em 2019 e os que agora ocorrem em várias cidades dos Estados Unidos, após a morte de um cidadão negro pela polícia.

Iniciado em Minneapolis (norte), o movimento se espalhou por todo o país, onde milhares de cidadãos se manifestaram contra a violência policial.

"Por que os Estados Unidos tratam como heróis os defensores da violência e da independência de Hong Kong e chamam de 'agitadores' aqueles que denunciam o racismo?", questionou Zhao Lijian.

A resposta dos Estados Unidos às manifestações contra a violência policial em seu território é "um exemplo clássico de seus duplos padrões mundialmente famosos", disse o porta-voz chinês, que também denunciou a "doença crônica" do racismo nos Estados Unidos. Os distúrbios nas cidades americanas têm grande cobertura da mídia chinesa.

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