Após o americano George Floyd, homem negro de 46 anos, ter sido assassinado por um policial branco em uma operação na última segunda-feira (25), os Estados Unidos têm enfrentado uma onda de protestos e despertado a atenção do mundo sobre a importância das vidas das pessoas negras, comumente negligenciadas pelas autoridades. Além das manifestações nos EUA, pessoas também saíram às ruas no Reino Unido, Alemanha e Canadá. Já na internet, o mundo tem utilizado o movimento #BlackLivesMatter ou #VidasNegrasImportam no português como ferramenta de combate ao racismo e à violência policial. Artistas e marcas também estão utilizando as redes sociais para se posicionar.
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Um vídeo gravado por um pedestre mostra Floyd algemado, com dificuldades para respirar, com um policial ajoelhado em seu pescoço depois de prendê-lo por supostamente usar uma nota falsificada de 20 dólares. Enquanto estava imobilizado, o homem chega a dizer: "Eu não consigo respirar". Foram suas últimas palavras. Uma autópsia encomendada por família de George Floyd concluiu nesta segunda-feira (1º) que ele morreu realmente por asfixia.
Para a doutora em história e professora do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), Valéria Costa, a sociedade atual ainda traz resquícios da escravidão que se refletem nas práticas de anulação da cultura e da população negra, portanto os protestos são necessários. "É importante que as pessoas se manifestem, se a população negra se calar, vai continuar sendo assassinada", declarou.
A preocupação de Valéria, no entanto, é que esses protestos ocorrem em meio à pandemia do coronavírus, o que gera um risco para saúde dos manifestantes. "Diante da pandemia, a população negra pode morrer duplamente: pela bala, como o caso do George, e pela crise sanitária", disse.
» Nos EUA, policiais também marcharam e se ajoelharam com manifestantes
Além de dar voz aos negros, que tantas vezes são silenciados ou esquecidos à margem da sociedade em que normalmente vivem, a campanha tem sido propagada por artistas e empresas que resolveram se posicionar diante do racismo escancarado que há anos tem vitimizado pessoas negras.
Nas ruas, nomes conhecidos como Ariana Grande e Lana Del Rey demonstraram seu apoio à causa. Enquanto isso, nas redes sociais, outras celebridades se manifestaram com a hashtag #BlackLivesMatter. Para ajudar os manifestantes, Katy Perry e Harry Styles anunciaram que pagariam a fiança dos que fossem detidos.
Another photo of Ariana at the #BlackLivesMatter protest in Los Angeles pic.twitter.com/IpeD7QznPp
— Ariana Grande Today (@ArianaToday) May 31, 2020
halsey, lauren, ariana e outros artistas foram nas manifestações onde a polícia usava violência
— ????????????????????????????????! (@tnhbdam) May 31, 2020
harry styles pagou a fiança de vários manifestantes
isso é sobre usar sua voz e privilégio pra divulgar oq tá acontecendo, se posicionar e tentar fazer a diferença#blacklivesmatter pic.twitter.com/5f4jXGTm0h
O ator e cantor Jamie Foxx foi um dos primeiros a se pronunciar, no dia 26, quando publicou uma foto que relembrou o protesto do jogador de futebol americano Colin Kaepernick, que se ajoelhava quando o hino nacional dos EUA tocava em jogos como forma de protesto contra o racismo no país.
A cantora Beyoncé também falou sobre o caso: "nós estamos quebrados e com nojo, nós não podemos normalizar essa dor. [...] Chega de assassinatos sem sentido de seres humanos, chega de dizer que pessoas negras são menos que humanos", disse.
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João Pedro Mattos Pinto
No Brasil, a luta contra a violência policial para com as pessoas negras tem tido um engajamento maior também pela morte recente de João Pedro Mattos Pinto, um adolescente de 14 anos, que foi morto em uma operação policial enquanto estava dentro de casa, no Rio de Janeiro, no dia 18 de maio.
Após ter sido baleado, o garoto foi levado do local por agentes policiais e a família dele ficou horas sem ter notícias do garoto. Só no outro dia encontraram o corpo de João Pedro no Instituto Médico Legal (IML).
Segundo Valéria Costa, as mortes de pessoas negras por parte da polícia ainda são comuns, porque quando ela surgiu visava reprimir e recriminar as pessoas que ofereciam perigo para a sociedade e as pessoas negras, na época, eram vistos dessa forma, já que eram consideradas "vadios e vagabundos por causa dos resquícios da escravidão."
Viola Davis
Conhecida pelo seu engajamento político-social, a atriz americana Viola Davis utilizou as redes sociais para compartilhar uma petição em que pedia justiça pelo assassinato do menino João Pedro.
#BlackLivesMatter https://t.co/xGLuSDwkdj
— Viola Davis (@violadavis) May 31, 2020
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Veja artistas e empresas que aderiram à campanha "Black Lives Matter"
Artistas
Famoso por ter interpretado Rafa, em Malhação, da TV Globo, o ator Ícaro Silva, fez um desabafo em sua conta no Instagram falando sobre ser negro e como seu cabelo representa resistência.
A cantora MC Rebecca também usou suas redes sociais para se manifestar, ao compartilhar uma foto revelando sua militância na causa.
O ator Bruno Gagliasso, que junto da atriz Giovanna Ewbank possui dois filhos negros, também aproveitou a rede social para protestar sobre a violência para com as pessoas negras.
Outra atriz que também se engajou na campanha e se mostrou contra o racismo foi Alice Wegmann.
Empresas
Grandes empresas de canais de televisão, como Cartoon Network, HBO (que mudou o nome no Twitter para #BlackLivesMatter) e MTV, além de ferramentas de streaming, como Netflix, Globo Play também e ligadas ao esporte, como Nike e Adidas, e várias outras têm feito publicações em que cobram justiça por Floyd.
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Algumas delas, em suas redes sociais no Brasil, também relembram a morte de João Pedro. Veja:
David, João Pedro, João Vitor, George Floyd e tantos mais.
— netflixbrasil (@NetflixBrasil) May 30, 2020
Ficar em silêncio é ser cúmplice, e eu não vou mais me calar.
Eu tenho um compromisso e um dever com meus assinantes, funcionários, criadores de conteúdo e talentos negros. #vidasnegrasimportam em qlqr lugar do mundo https://t.co/kqPtBnLhBi
— Disney (@Disney) May 31, 2020
Let’s all be part of the change.#UntilWeAllWin pic.twitter.com/guhAG48Wbp
— Nike (@Nike) May 29, 2020
We stand in solidarity against racism and violence. When members of our community hurt, we all hurt. We’re pledging $1M in support of efforts to address social injustice.
— YouTube (@YouTube) May 30, 2020
“Somebody has to stand when others are sitting. Somebody has to speak when others are quiet.” – Bryan Stevenson
— Warner Bros. (@warnerbros) May 31, 2020
We stand with our Black colleagues, talent, storytellers and fans – and all affected by senseless violence. Your voices matter, your messages matter. #BlackLivesMatter
— TikTok (@tiktok_us) May 30, 2020
Juntos nessa! @NetflixBrasil @PrimeVideoBR Vamos usar nossas vozes para ampliar essa luta. #vidasnegrasimportam https://t.co/I2XSGRKwg1
— globoplay em ???? (@globoplay) May 31, 2020
“Neither love nor terror makes one blind: indifference makes one blind.” — James Baldwin
— #BlackLivesMatter (@HBO) May 31, 2020
We stand with our Black colleagues, employees, fans, actors, storytellers — and all affected by senseless violence. #BlackLivesMatter
Together is how we move forward. ?
— adidas (at ????) (@adidas) May 30, 2020
Together is how we make change. https://t.co/U1nmvMhxB2
#BlackLivesMatter pic.twitter.com/q4shGSKFH2
— MTV (@MTV) May 31, 2020
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