A China atacou, nesta terça-feira (18), as novas sanções dos Estados Unidos contra a gigante das telecomunicações Huawei, acusando Washington de aplicar "abuso de poder nacional" para bloquear o avanço das empresas chinesas.
Em um comunicado, o Departamento do Comércio proibiu 38 parceiros da Huawei de comprar chips para computadores fabricados nos Estados Unidos e outros insumos tecnológicos.
As tensões já estavam elevadas entre as duas potências. Os Estados Unidos afirmam que empresas chinesas espionam para Pequim, o que o governo chinês e as empresas negam.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, afirmou hoje que não há evidências de que os produtos da Huawei tenham brechas de segurança ou 'porta dos fundos'. As sanções vão contra "os princípios de mercado e concorrência leal que Estados Unidos sempre promoveu", acrescentou.
Washington se apoiou no "abuso do poder nacional para aplicar todos os tipos de restrições à Huawei e outras empresas chinesas", disse em uma coletiva de imprensa habitual.
Já as autoridades americanas argumentam que a Huawei representa um risco de segurança por seus vínculos com o governo chinês, acusação que a empresa nega.
O secretário de Comércio, Wilbur Ross, afirmou que a Huawei e seus parceiros "trabalharam através de terceiros para tirar proveito da tecnologia americana, enfraquecendo a segurança nacional e os interesses da política externa" do país.
O governo Trump proibiu as redes redes 5G da Huawei nos Estados Unidos e pressiona seus aliados para que façam o mesmo.
No último trimestre, a Huawei se tornou a maior fabricante de celulares no mundo, em grande parte como resultado de suas vendas no mercado chinês, mesmo com os EUA negando ao grupo o acesso a grande parte do sistema Android do Google.
Zhao pediu nesta terça-feira aos Estados Unidos que "corrijam seus erros" e declarou que a China "continuará tomando as medidas necessárias para proteger legitimamente os direitos e interesses de suas empresas".
O presidente Donald Trump também tentou proibir o popular aplicativo de vídeos TikTok caso a ByteDance - sua empresa matriz chinesa - não o venda, assim como ordenou a proibição do uso do aplicativo de mensagens chinês WeChat, propriedade de outro gigante da tecnologia, Tencent.
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