Atualizada às 11h44
Um estudo preliminar publicado na revista médica The Lancet, nesta sexta-feira (4), apontou que a Sputnik V, vacina desenvolvida na Rússia para a covid-19, não teve efeitos adversos e induziu resposta imune contra a a doença. No entanto, os pesquisadores russos reconheceram a necessidade de mais testes para comprovar a eficácia da imunização.
O documento é baseado em dois testes realizados em junho e julho deste ano com 76 pessoas. Os resultados indicaram que 100% dos participantes desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus sem efeitos colaterais graves. A pesquisa também revelou uma resposta imune até 1,5 vezes superior à registrada pelo imunizante desenvolvido pela AstraZeneca/Universidade de Oxford -que o governo federal testa no Brasil.
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O primeiro trabalho científico publicado em revista internacional sobre a vacina russa contra a Covid-19 registrou resultados promissores, mas os pesquisadores admitem que são necessários mais testes para a comprovação cabal de sua eficácia.
Para o presidente do Fundo de Investimento Direto da Rússia, Kirill Dimitriev, o resultado serve para "responder às dúvidas do Ocidente" sobre a vacina. O fundo bancou a pesquisa do Instituto Gamaleya, criador do imunizante.
As questões, contudo, permanecem e são respaldadas pelos próprios autores do estudo. "Ensaios grandes e de longo prazo incluindo a comparação via placebo, e monitoramento adicional, são necessários para estabelecer a segurança e eficácia da vacina no longo prazo para prevenir a infecção", afirma o texto.
O estudo só analisou os efeitos em 76 pessoas de 18 a 60 anos, e não foi randomizado (quando não há a escolha dos indivíduos) nem duplo-cego (quando um grupo é injetado com composto inócuo sem que ele ou o médico saiba). Eles duraram 42 dias, levando ao registro da vacina em 11 de agosto.
A aprovação do Ministério da Saúde russo, que permitiu ao país propagandear a Sputnik V como primeira do gênero no mundo, veio antes da chamada fase 3, de grande escala. Os russos afirmam que já começaram ela com 2.500 dos 40 mil voluntários que pretendem acompanhar.
Enquanto isso, o plano é, a partir de algum momento de setembro, vacinar já profissionais da saúde do país. O registro do Ministério da Saúde, contudo, só prevê vacinação geral a partir de janeiro de 2021
Anunciada no dia 11 de agosto pelo governo russo, a vacina foi a primeira a ser concluída no mundo, mas a falta de pesquisas divulgadas sobre os testes gerou desconfiança em outros Países. No caso do Brasil, o Paraná fechou acordo para desenvolver a vacina russa.
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