MEIO AMBIENTE

Ativistas do Greenpeace fazem protesto na França contra o desmatamento na Amazônia

A ONG denuncia a "inação" de Paris ante o desmatamento, devido sobretudo aos incêndios provocados para que a terra seja usada para pecuária e agricultura

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Publicado em 10/09/2020 às 10:15 | Atualizado em 10/09/2020 às 10:15
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Amazônia já perdeu em agosto 1.045 quilômetros quadrados de floresta, segundo dados do Inpe - FOTO: LULA SAMPAIO/AFP

Ativistas do Greenpeace protestaram nesta quinta-feira nas proximidades do Palácio do Eliseu em Paris, a sede da presidência francesa, para denunciar a "inação" e o "silêncio" do governo a respeito dos incêndios na Amazônia.

Os militantes chegaram em um caminhão do corpo de bombeiros, que foi estacionado a poucos metros da entrada do Eliseu. Eles exibiram uma faixa com a frase "Amazônia em chamas, (Emmanuel) Macron continua sendo cúmplice".

Vários ativistas se acorrentaram ao caminhão e a polícia precisou quebrar as correntes. Doze pessoas foram detidas, segundo o Greepeace.

A ONG denuncia a "inação" de Paris ante o desmatamento, devido sobretudo aos incêndios provocados para que a terra seja usada para pecuária e agricultura.

O presidente francês admitiu em agosto de 2019 que a França era "em parte cúmplice" do problema pelo chamado "desmatamento importado", por exemplo, ao importar soja cultivada na Amazônia para alimentar seu gado.

"Emmanuel Macron prometeu muito, mas não fez nada", tuitou Jean-François Julliard, diretor do Greenpeace França.

"Hoje a França importa entre três e quatro milhões de toneladas de soja por ano (...) Temos que revisar nosso modelo de pecuária para deixar de ser dependente da importação de proteínas vegetais produzidas no mundo, que são quase 100% OGM, repletas de pesticidas, incluindo alguns que estão proibidos na França", afirmou Cécile Leuba, diretora de campanha da ONG.

Leuba explicou que o Greenpeace se reuniu recentemente com a nova secretária de Estado para a Biodiversidade, Bérangère Abba, sem obter "nenhum compromisso" do governo contra o desmatamento.

"Por isso, nós somos obrigados a passar a métodos de ação mais diretos", destacou.

No fim de agosto, ativistas da organização protagonizaram protestos similares em vários locais simbólicos da França, como a Torre Eiffel.

 


 

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