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A postura de Bolsonaro segue recomendações de sua assessoria para um dos cenários previstos, uma vitória com margem apertada de votos e a contestação judicial por parte do aliado, o republicano Donald Trump. Esse era o conselho dado ao presidente nessa hipótese para que não se precipitasse na comunicação virtual, como antecipou o Estadão na manhã da última segunda-feira (2).
O silêncio de Bolsonaro contrasta com o estilo do presidente, que costuma usar as redes sociais para rebater ou felicitar adversários. Foi o que ocorreu, por exemplo, em 30 de setembro, quando Biden fez críticas à preservação da Amazônia e ameaçou sanções econômicas sobre o governo brasileiro. Bolsonaro não demorou a rebater o democrata nas redes. O Estadão entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores e o Palácio do Planalto sobre o resultado das eleições nos EUA, mas o governo não se pronunciou.
As primeiras autoridades do Brasil a reconhecerem o triunfo do democrata foram o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o vice, Marcos Pereira (Republicanos-SP), num indicativo de que o caminho para aproximação entre os países pode ser o parlamento.
"A vitória de Joe Biden restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal, que preza pelos direitos humanos, individuais e das minorias. Parabenizo o presidente eleito e, em nome da Câmara dos Deputados, reforço os laços de amizade e cooperação entre as duas nações", publicou Maia, minutos após o anúncio pela imprensa dos EUA.
É comum que chefes de governo se manifestem logo após um país chegar ao resultado das eleições presidenciais. Alguns dos primeiros foram os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, da Alemanha, Angela Merkel, e das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama, que parabenizou Biden antecipadamente, nas primeiras horas deste sábado, dia 7, antes mesmo da projeção do resultado. Adversário de Bolsonaro, o presidente da França, Emmanuel Macron, também felicitou Biden. Todos usaram suas redes sociais.
Já Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008, telefonou para Barack Obama no mesmo dia do anúncio do resultado. O presidente eleito americano retornou dias depois e eles conversaram por 15 minutos. Por sua vez, Michel Temer, em 2016, preferiu parabenizar com um telegrama.