PANDEMIA

Américas relatam número recorde de mais de 1,5 milhão de casos de covid-19

Várias vacinas estão sendo testadas em todo o mundo, com as candidatas Moderna, AstraZeneca / Oxford e Pfizer-BioNTech liderando a corrida

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Publicado em 25/11/2020 às 21:27 | Atualizado em 25/11/2020 às 21:27
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A região das Américas acumula 25 milhões de casos e mais de 700.000 mortes por covid-19, segundo dados da Opas. - FOTO: NE10

O continente americano registrou mais de 1,5 milhão de casos de covid-19 na última semana, um recorde desde que a pandemia foi declarada, em março.

O rápido aumento das infecções nos Estados Unidos foi um fator importante para este número, mas os casos também cresceram no restante das subregiões do continente, informou a Organização Panamericana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (25). A região das Américas acumula 25 milhões de casos e mais de 700.000 mortes por covid-19, segundo dados da Opas.

O Panamá registrou seu maior balanço semanal desde o início da pandemia, enquanto, no Caribe, aumentam os casos, após um surto em Santa Lúcia que surgiu na tripulação de um navio de carga, apontou.

Na América Central, a Opas acompanha com preocupação o potencial surgimento de surtos em abrigos lotados após a passagem devastadora dos furacões Eta e Iota, acrescentou.

Na América do Sul, o Brasil continua somando casos em alguns estados e o Uruguai informou um "dramático aumento" de contágios em alguns departamentos.

Várias vacinas estão sendo testadas em todo o mundo, com as candidatas Moderna, AstraZeneca / Oxford e Pfizer-BioNTech liderando a corrida.

A Bolívia anunciou que planeja lançar uma campanha maciça de vacinação contra a covid-19 durante o primeiro trimestre de 2021, antes de um eventual surto estimado para os meses seguintes. "O primeiro trimestre é o mais provável (vacinação). Estima-se que a segunda onda (de infecções) estará presente em nosso país entre março, abril e maio, por isso queremos nos apressar e proteger a população por meio da vacina", disse o ministro Edgar Pozo.

O México poderá receber as primeiras vacinas desenvolvidas pela Pfizer e BioNTech em dezembro, se os processos para a sua aprovação cumprirem os prazos estabelecidos, anunciou seu chanceler nesta terça-feira.

Na Argentina, a vacinação pode começar em janeiro, conforme anunciado hoje pelo ministro da Saúde de um dos países com maior índice de letalidade pela covid-19 no mundo.

El Salvador anunciou um acordo com a farmacêutica AstraZeneca para o fornecimento de 2 milhões de doses da vacina a partir do primeiro semestre de 2021.

Mais de 60 milhões de casos do novo coronavírus foram oficialmente detectados no mundo desde o início da pandemia, de acordo com uma contagem da AFP nesta quarta-feira às 18h30 GMT (15h30 Brasília), com base nos balanços das autoridades. No total, 60.014.291 casos foram detectados, dos quais 1.415.258 terminaram em mortes desde o início da pandemia.

Terceira onda nos EUA

Em sua luta para controlar números recorde de casos de covid-19, Los Angeles fechou a partir desta quarta-feira (25) seus bares e restaurantes, na véspera do Dia de Ação de Graças.

A decisão tomada pela segunda maior cidade dos Estados Unidos estará vigente por ao menos três semanas, na qual seu secretário da Saúde também pediu aos cidadãos que evitem as grandes reuniões em família.

"É importante dizer 'não', mesmo quando se trata das pessoas mais próximas de nossa família", afirmou o doutor Mark Ghaly.

As autoridades de saúde americanas pediram, pela primeira vez, aos seus cidadãos que não viajem para celebrar este feriado em que as famílias costumam se reunir.

Com o país enfrentando um crescente número de casos e mortes, os planos para distribuir a vacina se aceleram.

Mais de seis milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer-BioNTech estarão disponíveis na primeira semana, desde que obtenha a autorização emergencial, esperada para o próximo mês, e 40 milhões antes do fim de dezembro, segundo as autoridades.

Os Estados Unidos estão em plena terceira onda de covid-19. São 13 milhões de casos confirmados no total (mais de 260.000 óbitos), ou seja, mais de um quinto de todos os casos registrados no mundo. Em uma semana, o número de positivos aumentou 11% (mais de 1,2 milhão de casos) em relação à anterior (1,1 milhão).

Enquanto o gigante americano lida com sua crise, alguns países da Europa implementam um relaxamento das restrições frente às festas de Natal, em um momento em que a segunda onda de contágios começa a diminuir após semanas de confinamentos.

Em uma mensagem transmitida pela televisão na noite de terça-feira, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que as lojas poderiam reabrir no sábado e que as ordens de permanecer em casa em todo o país serão suspensas a partir de 15 de dezembro, embora o toque de recolher permaneça durante a noite.

As autoridades britânicas também anunciaram que as restrições a reuniões sociais e viagens poderiam ser relaxadas no Natal.

Sinais confusos

Em outras partes da Europa, 16 estados alemães acordaram suavizar ligeiramente os limites de contato social no Natal, apesar de os casos se aproximarem do milhão por lá. Os líderes regionais decidiram limitar as reuniões para 10 pessoas durante o feriado de 23 de dezembro a 1o de janeiro, o dobro do limite para o resto do mês.

Na Austrália, Nova Gales do Sul, o estado mais populoso do país, flexibilizou as medidas de distanciamento social e permitiu aos funcionários retornarem aos seus locais de trabalho, após três semanas sem nenhum caso de transmissão local de covid-19.

Singapura, que ostenta uma das menores taxas de morte pelo vírus do mundo, anunciou que não tem focos ativos no país pela primeira vez desde que o vírus chegou no começo do ano.

Também há boas notícias na China, que registrou somente cinco novos casos de coronavírus na terça-feira, todos importados, segundo as autoridades.

Os sinais esperançosos que chegam da Ásia foram, no entanto, afetados pela segunda onda que atinge o Paquistão, onde as unidades de terapia intensiva se aproximam de sua capacidade máxima, e o Japão, onde um número recorde de casos forçou as autoridades de Tóquio a pedir a seus cidadãos que evitem saídas desnecessárias.

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