A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou, nesta quarta-feira (9), que as Américas registraram, nas últimas semanas, os níveis mais altos de novos casos de covid-19 desde o início da pandemia. Também alertou que a situação no norte do continente é "preocupante".
- Pernambuco atinge 88% de ocupação nas UTIs da covid-19
- Por que a Inglaterra tem a vacina contra covid-19 e o Brasil não?
- Pazuello avalia custos das vacinas contra a covid-19 no Brasil
- Pernambuco contabiliza mais 1.133 novos casos de covid-19; média tem alta de 58%
- Canadá autoriza uso emergencial da vacina para covid-19 da Pfizer; vacinação deve começar na próxima semana
"Apesar de estarmos vivendo com este vírus há meses, nas últimas semanas, nossa região tem experimentado os níveis mais altos de novos casos de covid-19 desde o início da pandemia", declarou a diretora-geral da OPAS, Carissa Etienne, em entrevista coletiva.
O escritório regional da OMS contabilizou, desde o começo da pandemia, quase 28,5 milhões de casos e 753 mil mortes por coronavírus nas Américas.
Etienne apontou que "o aumento contínuo das infecções na América do Norte é particularmente preocupante", considerando a aproximação do inverno boreal. "Ao buscar abrigo do frio, as pessoas podem ser tentadas a se reunir em ambientes mal ventilados, que são as condições perfeitas para o vírus se espalhar", advertiu.
Etienne observou ainda que, nos Estados Unidos, país com mais mortes por covid-19 em todo o mundo (286.338), os casos diários chegam a 200 mil e atualmente há 100 mil pessoas hospitalizadas. "O México também está experimentando um ressurgimento dos casos no estado da Baixa Califórnia, perto da fronteira com os Estados Unidos", completou a diretora desse órgão regional.
Enquanto isso, no Canadá, a OPAS alertou que as infecções continuam aumentando e que algumas províncias registraram um número recorde de mortes.
A especialista indicou que embora a região continue apresentando um "mosaico" de tendências diferentes, a situação em alguns países sul-americanos também é "preocupante". "Hoje o Brasil registra a maior incidência de novos casos na América do Sul. Com um aumento de casos e óbitos", disse Etienne, que alertou que o sistema de saúde está "sob pressão".
Etienne destacou que esses números e tendências deixam claro que a região deve redobrar suas medidas preventivas, principalmente com a chegada das festas de fim de ano. "Agora não é o momento de relaxar", frisou.
A médica pediu às autoridades de saúde das Américas que emitissem "diretrizes claras" para ajudar as comunidades a se protegerem e fizessem esforços coordenados para aumentar a capacidade hospitalar nas áreas mais afetadas.
"Quando os hospitais não puderem receber todos os doentes, muitos morrerão à espera de tratamento", declarou. Num momento de esperança diante da chegada das vacinas contra a covid-19, que já deixou pelo menos 1.557.814 mortos no mundo, Etienne advertiu que inicialmente "não haverá dose para proteger a todos", sendo o objetivo alcançar os mais vulneráveis primeiro.
Comentários