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Europa e OMS tentam harmonizar medidas contra nova cepa do coronavírus

Após o Reino Unido reportar a identificação de nova cepa do coronavírus, vários países suspenderam ou anunciaram restrições às conexões com o país

AFP
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Publicado em 22/12/2020 às 11:56 | Atualizado em 22/12/2020 às 11:56
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ESTUDO Com atraso do Governo Federal, plano municipal está sendo desenhado para garantir vacinação - FOTO: JAILTON JR./JC IMAGEM

A Europa e a Organização Mundial da Saúde (OMS) tentam, nesta terça-feira (22), unificar as medidas adotadas pelos países e traçar uma estratégia comum para evitar a propagação fora de controle da nova cepa do coronavírus registrada no Reino Unido, às vésperas do Natal.

Vários países pretendem iniciar a vacinação no domingo e o laboratório alemão BioNTech, que desenvolveu em parceria com o grupo americano Pfizer a primeira vacina contra a covid-19 aprovada internacionalmente, afirmou que pode fornecer, se necessário, em seis semanas uma vacina adaptada à nova cepa do vírus registrada no Reino Unido.

"Tecnicamente somos capazes de fornecer uma nova vacina em seis semanas", disse Ugur Sahin, cofundador do laboratório alemão, antes de destacar, no entanto, que é "muito provável" que a atual vacina seja totalmente eficaz contra a nova cepa, que é mais contagiosa e provoca o temor de um aumento dos casos.

Devido à mutação, vários países suspenderam ou anunciaram restrições às conexões com o Reino Unido, que ficou praticamente isolado, o que gerou o temor de problemas de abastecimento no país.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson garantiu na segunda-feira que não haveria problemas de abastecimento, diante de uma população que em questão de horas viu o colapso de seus planos para o Natal.

A Comissão Europeia recomendou nesta terça-feira que os Estados membros da União Europeia (UE) retomem as conexões com o Reino Unido para as "viagens essenciais", com o objetivo de evitar uma "ruptura nas redes de abastecimento".

A recomendação, que permitirá a milhares de cidadãos da UE e do Reino Unido retornar para suas casas, será examinada pelos embaixadores dos Estados-membros da UE.

A UE busca uma "reabertura coordenada das fronteiras", de acordo com uma fonte diplomática europeia, com "retornos pontuais" de passageiros e caminhoneiros bloqueados.

A Alemanha, por exemplo, decidiu prolongar até 6 de janeiro o fechamento das fronteiras para pessoas procedentes do Reino Unido e África do Sul, país que também detectou uma variante do vírus.

A divisão europeia da OMS também organizará uma reunião para "discutir a estratégia de testes, redução das transmissões e comunicação sobre os riscos", afirmou o diretor Hans Kluge, que não divulgou uma data concreta.

Diante do alarme provocado pela nova cepa, a OMS tentou transmitir uma mensagem de tranquilidade na segunda-feira e afirmou que a mutação "não está fora de controle", como havia declarado o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock.

"Não há evidência sólida de que este vírus seja mais transmissível, (mas) há indícios claros de que está mais presente entre a população", disse Moncef Slaoui, assessor do programa de vacinação nos Estados Unidos.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que na segunda-feira aprovou a vacina Pfizer/BioNTech, afirmou que não está muito preocupada e reiterou que não existe nenhuma prova de que o tratamento não protegeria contra esta mutação do vírus.

A campanha de vacinação na UE deve começar em 27 de dezembro, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O Vaticano, que informou nesta terça-feira que dois cardeais muito próximos do papa Francisco testaram positivo para o coronavírus, fez um apelo para que os católicos se vacinem, ao considerar que todas as vacinas desenvolvidas são "moralmente aceitáveis", incluindo aquelas desenvolvidas a partir de linhagens de células procedentes de fetos abortados durante o século passado.

 

Em todo o planeta, a pandemia provocou mais de 1,7 milhão de mortes e 77,2 milhões de casos, de acordo com o balanço da AFP com base em números oficiais.

Estados Unidos, país mais afetado pela doença, superou na segunda-feira 18 milhões de casos e mais de 319.000 mortes desde o início da pandemia, segundo a Universidade Johns Hopkins.

A maior economia mundial enfrenta uma aceleração da epidemia.

O Congresso dos Estados Unidos aprovou um plano de apoio para famílias e empresas de quase 900 bilhões de dólares, um balão de oxigênio para milhões de desempregados que temiam o fim dos subsídios após o Natal.

O presidente eleito, Joe Biden, de 78 anos, recebeu na segunda-feira diante das câmeras a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech. A FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, também autorizou a vacina do laboratório Moderna.

 

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