DIPLOMACIA

'Furiosa', Merkel culpa Trump por confrontos em Washington

Apoiadores do presidente Donald Trump cercaram o Capitólio contra sua derrota na eleição presidencial, que aconteceu em novembro passado. Ato resultou na morte de quatro pessoas

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AFP, Estadão Conteúdo

Publicado em 07/01/2021 às 7:26 | Atualizado em 07/01/2021 às 7:27
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A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quinta-feira (7) estar "furiosa e triste" com a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos por parte de seguidores de Donald Trump e afirmou que o presidente tem parte de responsabilidade pelo que aconteceu.

"Lamento profundamente que o presidente Trump não tenha admitido sua derrota, desde novembro e de novo ontem", criticou.

"As dúvidas sobre o resultado das eleições se avivaram e criaram o clima que tornou possível os eventos de ontem à noite", acrescentou, garantindo que seu choque foi compartilhado por "milhões de pessoas que admiram a tradição democrática dos Estados Unidos".

Merkel disse estar satisfeita com a declaração do presidente eleito Joe Biden, assim como com "muitas reações dos dois principais partidos dos Estados Unidos" que lhe garantiram "que esta democracia se mostrará muito mais forte do que invasores e desordeiros".

"Agora está claro que, com a confirmação da vitória eleitoral de Joe Biden e Kamala Harris, os Estados Unidos abrirão, como deve ser, em menos de duas semanas, um novo capítulo de sua democracia", completou.

Após os confrontos, o Congresso validou, nesta madrugada, a vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 3 de novembro passado. A última etapa deste processo é sua posse, em 20 de janeiro.

Quatro pessoas morrem

A morte da mulher em meio à invasão do Capitólio em Washington será investigada, esta que foi atingida pelo disparo de um membro da Guarda do Capitólio, afirmou Robert Contee, Chefe da polícia metropolitana da capital, em coletiva de imprensa na madrugada desta quinta-feira. Além da vítima, Contee afirmou que outras três pessoas morreram nas imediações do Congresso, em razão de emergências médicas. Segundo boletim lido pelo policial, 14 oficiais ficaram feridos no conflito, um em estado grave. O chefe de polícia elogiou os esforços "na defesa pela democracia" dos Estados Unidos.

Contee afirmou que foram realizadas 52 prisões por desobedecer as restrições, quatro por carregar armas sem licença e uma por armamento proibido. Duas bombas foram encontradas, uma no diretório nacional do partido democrata e uma no do partido republicano. Segundo Contee, o trabalho da polícia foi o de isolar o perímetro após a retirada dos invasores, em um esforço conjunto entre polícias de Estados próximos e a guarda nacional, deslocados para a ocasião.

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