EUA

''O clima é de medo'', diz jornalista pernambucana em Washington sobre a posse de Joe Biden

Fabíola Góis afirmou que vários monumentos e pontos turísticos estão fechados para visitação devido ao medo de novos ataques como os registrados na última semana, quando o Congresso norte-americano foi invadido

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JC

Publicado em 13/01/2021 às 10:36 | Atualizado em 13/01/2021 às 15:30
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Após a invasão do Congresso norte-americano na semana passada, o clima para a posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, marcada para o próximo dia 20, é de tensão e medo. A informação foi passada pela jornalista pernambucana Fabíola Góis, que está em Washington, durante entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira (13).

"Já se fala que nunca houve uma tensão como essa para uma posse presidencial desde o 11 de setembro e desde a morte do presidente Kennedy, em 1963. O clima realmente é de medo, as pessoas estão amedrontadas nas ruas. A prefeita de Washington solicitou à Casa Branca que declarasse emergência na capital e está recebendo recursos federais para garantir a segurança e evitar terrorismo", explicou Fabíola.

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Durante a sua participação no programa, a jornalista ressaltou, ainda, que essa sensação de insegurança não está circulando apenas entre a classe política, mas está presente também entre moradores da cidade e comerciantes. "Algumas lojas e repartições estão colocando tapumes na cidade, alguns monumentos estão fechados para visitação, como o Washington Monument, que fechou na semana passada. Colocaram tapumes também na frente do Lincoln Memorial, [um monumento localizado em Washington D.C., em homenagem a Abraham Lincoln, o primeiro presidente estadunidense a ser assassinado.] Ou seja, os Estados Unidos têm um histórico de assassinato de presidentes, isso já ocorreu com quatro deles, então a tensão em torno da posse do Biden é muito grande", ressaltou.

Além de Abraham Lincoln, em 1865, e John F. Kennedy, em 1963, foram assassinados os presidentes norte-americanos James A. Garfield, em 1881, e William McKinley, em 1901.

Fabíola Góis afirmou, ainda, que não apenas a capital dos Estados Unidos estaria sob o risco de novos protestos violentos. De acordo com a jornalista, o FBI, a polícia federal norte-americana, anunciou que podem haver atentados em cerca de 50 capitais por conta da saída de Trump do poder. "Eles aprenderam a lição, vão fazer o que não fizeram na semana passada, porque houve um alerta de que a invasão ao Capitólio poderia acontecer e nenhuma medida foi tomada", frisou.

O FUTURO DE TRUMP

A respeito dos caminhos que Trump deve percorrer depois de deixar a presidência, a jornalista diz acreditar que, na política, o republicano não deve ter mais espaço. "Os republicanos já não estão mais apoiando o presidente Trump, ele não tem um histórico forte na política americana. Ele se preparou para ser presidente, mas eu acredito que ele pode acabar no ostracismo, não acredito que ele continue tendo apoio para se cacifar para uma eleição daqui a quatro anos. Além disso, esses republicanos vão querer disputar a eleição daqui a quatro anos e colocar o Trump de lado seria uma maneira de afastá-lo da competição", concluiu Fabíola.

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