Saúde

Variantes da covid-19 se propagam, e OMS se reúne de urgência

O ressurgimento do vírus também atinge a China, que hoje anunciou a primeira morte por covid-19 desde maio passado, apesar de parecer ter erradicado a pandemia

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AFP

Publicado em 14/01/2021 às 8:47 | Atualizado em 14/01/2021 às 9:30
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O comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) analisa, nesta quinta-feira (14), as novas variantes do coronavírus, que preocupam autoridades em todo mundo, onde a luta contra o aumento dos contágios se intensifica a golpe de confinamentos, toque de recolher e campanhas de vacinação.

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O ressurgimento do vírus também atinge a China, que hoje anunciou a primeira morte por covid-19 desde maio passado, apesar de parecer ter erradicado a pandemia.

As cepas britânica e sul-africana do coronavírus, especialmente contagiosas, espalham-se rapidamente. A variante detectada inicialmente no Reino Unido já foi localizada em 50 países, e a África do Sul, em 20, segundo a OMS. A instituição afirma que esse balanço provavelmente está subestimado.

Outra mutação, originária da Amazônia brasileira, cuja descoberta foi anunciada pelo Japão no último domingo, está sendo analisada e pode ter impacto na resposta imunológica, afirma a OMS, que fala em uma "variante preocupante".

Para analisar essas cepas - que "precisam de um debate urgente" -, o comitê de especialistas da OMS, que se reúne normalmente a cada três meses, foi convocado com duas semanas de antecedência. Na reunião desta quinta-feira, serão definidas recomendações para a organização e para seus países-membros, de acordo com um comunicado da OMS publicado na quarta-feira (13) em Genebra.

Uma nova onda de contágios atinge o mundo todo.

A China, onde a pandemia surgiu no final de 2019, anunciou nesta quinta-feira a primeira morte de covid-19 em oito meses. O óbito foi na província de Hebei, onde as autoridades confinaram várias cidades após o surgimento de novos focos. As autoridades sanitárias chinesas anunciaram 138 novos casos, o maior saldo diário desde março passado.

Nesta quinta-feira, uma equipe de especialistas da OMS chegou a Wuhan, no centro da China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez no final de 2019. Eles investigarão a origem da pandemia, após cumprirem duas semanas de quarentena.

O Japão estendeu, por sua vez, na quarta-feira, o estado de emergência em vigor em Tóquio e na região metropolitana para mais sete departamentos. Também decretou o fechamento de bares e restaurantes à noite.

Diante do pior surto de casos e do pior balanço da Europa, com 85 mil mortes, o Reino Unido voltou a confinar sua população, em meio à propagação da variante do vírus muito mais contagiosa. Nas últimas 24 horas, o país registrou 1.564 óbitos, o pior resultado desde o início da pandemia.

No continente, Portugal decretou um novo confinamento geral a partir de sexta-feira, após registrar, ontem, 10.500 novos casos em um único dia.

Na Espanha, que registrou nesta quarta-feira 39 mil novos casos, a situação é de "risco extremo", segundo a ministra da Política Territorial, Carolina Darias.

Na Itália, mergulhada em uma nova crise política, o governo anunciou a intenção de prorrogar o estado de emergência até 30 de abril.

Já na França, as autoridades vão anunciar novas medidas nesta quinta-feira para enfrentar o aumento das infecções (mais de 23.000 casos registrados quarta-feira) e a propagação da nova variante britânica.

Em Cuba, as autoridades impuseram o fechamento de escolas, bares e restaurantes em Havana, após suspender o toque de recolher noturno anunciado horas antes pela imprensa oficial.

No Peru, o governo comunicou ontem que reforçará as restrições à liberdade de movimento da população diante do aumento de novos casos diários de covid-19. Entre outras medidas, ampliará o horário do toque de recolher, para conter uma segunda onda da pandemia.

E, na Bolívia, o ex-presidente Evo Morales contraiu o vírus.

A pandemia da covid-19 já deixou pelo menos 1.963.557 mortos no mundo, de acordo com um balanço da AFP feito com base em fontes oficiais. Os Estados Unidos são o país mais atingido, com mais de 384.000 óbitos e pelo menos 23 milhões de casos.

As autoridades americanas anunciaram na quarta-feira que 10 milhões de pessoas foram vacinadas no país, o que representa mais de um terço das 28 milhões de doses administradas em 46 países, segundo a OMS. Ainda é, porém, pouco para conter a pandemia.

Na Califórnia, um dos principais focos do coronavírus, um "megacentro" de vacinação abriu suas portas ontem, em um estacionamento do famoso parque de diversões Disneylândia, em Anaheim. O local ficou fechado por dez meses, devido à pandemia.

De acordo com jornalistas, o papa Francisco, de 84 anos, foi vacinado na quarta-feira.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin ordenou nesta quarta-feira que a vacinação de todas as categorias da população comece na próxima semana. Segundo ele, a vacina que o país desenvolveu é a "melhor".

Ante o avanço da pandemia, governos do mundo inteiro correm para comprar e administrar vacinas o mais rápido possível.

O Reino Unido quer lançar, "o mais rápido possível", uma campanha de vacinação 24 horas por dia. A meta é que, até meados de fevereiro, as pessoas com mais de 70 anos e os profissionais de saúde - cerca de 15 milhões de pessoas - tenham recebido a vacina, ante 2,4 milhões que foram imunizados desde 8 de dezembro.

A União Africana obteve 270 milhões de vacinas para o continente, onde a maioria dos países não tem meios para financiá-las, anunciou ontem a África do Sul, que detém a presidência rotativa da UA.

O Brasil anunciou ontem, por sua vez, que dois milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford serão enviadas da Índia de avião para iniciar a vacinação da população antes do final de janeiro. 

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