Covid-19

Alemanha se prepara para reforçar combate à 3ª onda da covid-19

A taxa de incidência nacional ultrapassou hoje a marca simbólica de 100 (103,9), o que desencadeia "travas de emergência", ou seja, novas restrições ou anulações das flexibilizações decretadas recentemente

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AFP

Publicado em 21/03/2021 às 11:18
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As autoridades alemãs se preparam para reforçar o combate à terceira onda da covid-19, sob o risco de mergulhar um pouco mais o país na estagnação e alimentar o descontentamento da população. A chanceler Angela Merkel e as regiões alemãs se reúnem na segunda-feira (22) para discutir a estratégia a ser tomada.

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Mas, embora devesse ser dedicada à flexibilização do confinamento parcial, a agenda mudou completamente em face da disseminação da variante britânica do vírus.

No documento preparatório do encontro, obtido neste domingo pela AFP, várias regiões pedem que as restrições em vigor no país, em teoria até ao final de março, sejam "prorrogadas" em abril. A data exata será determinada na segunda. O documento fala de uma "dinâmica exponencial" das infecções.

A taxa de incidência nacional ultrapassou hoje a marca simbólica de 100 (103,9), o que desencadeia "travas de emergência", ou seja, novas restrições ou anulações das flexibilizações decretadas recentemente.

"Infelizmente, teremos de usar essas travas", alertou Angela Merkel na sexta-feira. Ela é apoiada por várias autoridades regionais, incluindo um dos favoritos para sucedê-la no poder, o bávaro Markus Söder.

Em três semanas, a situação mudou completamente na Alemanha. De "bom aluno" europeu no gerenciamento da pandemia para ameaçado por uma terceira onda.

A reabertura prevista para 4 de abril em caso de melhoria dos indicadores, parece agora ser uma perspectiva distantes.

Sem esperar, a cidade de Hamburgo, onde a incidência é superior a 100, decidiu na sexta reverter as flexibilizações decididas no início de março e a anunciada reabertura de zoológicos, museus e estabelecimentos comerciais.

Os distritos do Land de Brandemburgo, que circunda Berlim, um dos mais afetados pela pandemia, devem seguir o mesmo caminho.

"É bem possível que na Páscoa tenhamos uma situação semelhante à que vivemos antes do Natal, com um número muito alto de casos, muitos casos graves, mortes e hospitais lotados", alertou Lars Schaade, do instituto de vigilância sanitária RKI.

 

Vacina

A Alemanha acredita na intensificação de sua campanha de vacinação para interromper essa dinâmica. As vacinações com a vacina AstraZeneca recomeçaram na sexta, após quatro dias de interrupção, e mais de 7 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose, o que representa menos de 10% da população.

Mas "uma análise honesta da situação mostra que ainda não existem vacinas suficientes na Europa para travar a terceira onda apenas pela vacinação", admitiu o ministro da Saúde, Jens Spahn.

Quando os grupos de risco forem vacinados, "poderemos falar de uma abertura mais ampla da sociedade", alertou. Mas, como em toda a Europa, o desgaste da população e dos setores econômicos e culturais está sendo sentido um ano após os primeiros confinamentos decretados pela pandemia.

Se o fechamento de grande parte das lojas continuar, cerca de 120.000 delas podem desaparecer, estimou a Associação Alemã de Varejo.

O mundo da cultura também pede ajuda ou tenta criar protocolos que permitam a reabertura dos locais. Uma dúzia de grandes palcos de Berlim iniciaram um projeto piloto na sexta-feira, permitindo que apresentações fossem feitas para um público previamente testado.

A popularidade da chanceler e principalmente de seu partido conservador, prejudicada por escândalos de enriquecimento de deputados graças à compra de máscaras, sofre com isso.

A vitória da direita nas eleições de setembro, que parecia conquistada, não está mais garantida, segundo pesquisas recentes.

As manifestações de opositores às restrições são cada vez mais violentas, a exemplo de um comício organizado no sábado em Kassel, no centro da Alemanha, pontuado por incidentes com a polícia. 

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