Maior asteróide de 2021 passa a dois milhões de quilômetros da Terra
O corpo rochoso alcançou o ponto de maior aproximação do planeta no domingo às 14h GMT (11h de Brasília), segundo o Observatório de Paris. Naquele momento, o asteroide ficou a 2.016.158 km da Terra
Ele foi observado apenas como um ponto na lente de um telescópio, mas o maior asteroide a se aproximar da Terra em 2021 passou no domingo (21) a quase dois milhões de quilômetros de distância do nosso planeta, em uma trajetória que não implicava risco de colisão.
"Oh, sim, amigos! Veem este ponto de luz? Este ponto de luz é o asteroide", afirmou nesta segunda-feira o astrofísico Gianluca Masi do "Virtual Telescope Project", com sede na Itália, que acompanhou a rocha com suas lentes após sua aproximação.
O corpo rochoso alcançou o ponto de maior aproximação do planeta no domingo às 14h GMT (11h de Brasília), segundo o Observatório de Paris. Naquele momento, o asteroide ficou a 2.016.158 km da Terra.
A distância representa quase cinco vezes a distância entre a Terra e a Lua.
Batizado de 2001 FO32 e com menos de um quilômetro de diâmetro, o objeto passou a 124.000 km/h, segundo a Nasa. O canal no YouTube do "Virtual Telescope Project" exibiu uma imagem granulada com um pequeno ponto.
A Nasa, agência espacial americana, destacou que não existia "risco de colisão com o nosso planeta". Sua trajetória é "suficientemente conhecida e regular" para descartar qualquer perigo, afirmaram os especialistas do Observatório Paris-PSL.
O grande corpo rochoso foi, no entanto, classificado como "potencialmente perigoso", como todos os asteroides, cuja órbita é inferior a 19,5 vezes a distância entre a Terra e a Lua, e o diâmetro, superior a 140 metros.
Astrônomos de todo mundo "perseguem incansavelmente" esta categoria para fazer o inventário mais exaustivo possível, ressalta o Observatório, recordando que o primeiro - e maior - asteroide, Ceres, foi descoberto em 1801.
O asteroide "2001 FO32" foi observado pela primeira vez em 2001, e sua trajetória está sendo acompanhada desde então. Ele pertence à família "Apollo" de asteroides próximos da Terra, que circundam o Sol em pelo menos um ano e podem cruzar a órbita terrestre.
"Atualmente, pouco se sabe sobre este objeto, então esta passagem tão próxima nos dá uma oportunidade incrível de aprender muito", disse Lance Benner, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, ao qual o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) está ligado.
A trajetória nada tem a ver com a das estrelas cadentes, que são asteroides pequenos que formam uma linha luminosa que divide o céu em uma fração de segundo.
Nenhum dos grandes asteroides listados tem chance de colidir com a Terra no próximo século.
Entre 80 e 100 toneladas de material procedente do espaço, como pequenos meteoritos, caem sobre a Terra diariamente, segundo a Nasa, sem que isto signifique qualquer risco. Mas objetos maiores representam a ameaça de grande destruição pela energia que podem criar com sua velocidade.
Em 2013, um objeto de quase 60 metros de diâmetro explodiu sobre uma área próxima da cidade russa de Cheliabinsk, gerando 30 vezes a força da bomba nuclear lançada em Hiroshima, Japão, na Segunda Guerra Mundial.
la-juc/fmp/pb/roc/erl/yow/mar/es/fp/tt