MEIO AMBIENTE

Pesquisa aponta que mudanças climáticas causadas por ação humana aumentarão gases emitidos por grandes vulcões

A pesquisa foi publicada na última quinta-feira (12), na revista Nature Communications

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JC

Publicado em 17/08/2021 às 10:55 | Atualizado em 17/08/2021 às 11:11
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Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Cambridge e do serviço de meteorologia Met Office, ambos do Reino Unido, e publicada pela revista Nature Communications na última quinta-feira (12), aponta que o aumento da temperatura na terra deve acentuar os efeitos de resfriamento ocasionados por grandes vulcões, enquanto os impactos causados por pequenos e médios vulcões podem regredir até 75%.

De acordo com a pesquisa, o que acontece é que, por causa das mudanças climáticas, a atmosfera aquece e os gases emitidos por grandes erupções ficam cada vez maiores. Além disso, nestas condições, os aerossóis de sulfato vulcânico são transportados mais rapidamente para latitudes mais altas. Com a união desses fenômenos, a neblina criada pelos aerossóis impede a luz solar de atingir a superfície da Terra, o que ocasiona em resfriamento temporário no planeta.

Um exemplo desse fenômeno foi observado em 1992, nas Filipinas. Por lá, o Monte Pinatubo havia entrado em erupção em 1991, e um ano depois as temperaturas globais caíram até 0,5ºC. A pluma da erupção chegou a atingir mais de 30 quilômetros no céu, criando uma camada de neblina ao redor da Terra. Apesar do efeito dos aerossóis vulcânicos durar de um a dois anos, tempo considerado pequeno, as emissões têm potencial para afetar o clima do planeta por séculos.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo pretendem continuar investigando não só a mecânica por trás do aumento da pluma vulcânica e do ciclo de vida dos aerossóis, como também o modo que o derretimento de geleiras, por exemplo, pode modificar os futuros efeitos climáticos. Além disso, as alterações na frequência e magnitude das explosões também serão acompanhadas de perto.

"A mudança climática não é algo que está por vir – ela já está aqui, como claramente demonstrado pelo relatório do IPCC", afirma Anja Schmidt, integrante do departamento de geografia de Cambridge e coautora da pesquisa.

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