REGIME TALIBÃ

Com Talibã no poder, como fica a vida de mulheres e meninas no Afeganistão?

Os talibãs prometem que não vão ser tão rígidos neste retorno ao poder no Afeganistão. Mas será que os direitos femininos serão respeitados?

Imagem do autor
Cadastrado por

AFP

Publicado em 18/08/2021 às 5:00
Notícia
X

O que muitos afegãos e, principalmente afegãs, temiam aconteceu: o Talibã voltou ao poder no país. Os insurgentes, que governaram o Afeganistão entre 1996 e 2001, são conhecidos por seguir uma visão deturpada da lei islâmica, extremamente rígida com as mulheres, que não podiam sair sem a companhia de um homem e eram obrigadas a usar a burca.

Mas desta vez os talibãs prometem respeitar os direitos humanos.

"Porta-vozes do Talibã emitiram declarações nos últimos dias, inclusive prometendo anistia para os trabalharam para o governo anterior. Também prometeram ser inclusivos. Disseram que as mulheres podem trabalhar e as meninas podem ir à escola. Essas promessas vão precisar ser honradas. Mas dada a história passada - essas declarações foram recebidas com algum ceticismo", diz Rupert Colville, porta-voz da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos

Nesta terça-feira o canal local Tolo TV exibiu uma entrevista com um membro do Talibã feita por uma jornalista mulher.

Mas por outro lado a TV já suspendeu a parte da programação que seguia o estilo ocidental.

Já em Herat, província controlada pelos talibãs desde a semana passada, as meninas precisaram usar um véu na cabeça, o chamado hijab, para voltar à escola.

"Estamos felizes que nossas escolas começaram e podemos continuar nossos estudos. Esperamos que o Talibã não obstrua nosso progresso, para que possamos ajudar nossa nação a se desenvolver como outros países", afirma a estudante Shila

“Estamos felizes que as escolas foram abertas e queremos ir para a aula com o hijab islâmico, queremos estudar. Queremos progredir como outros países. E esperamos que o Talibã mantenha a segurança. Não queremos guerra , queremos paz em nosso país", diz a estudante Roqia.

Na capital Cabul o clima era de incerteza nesta terça-feira (17) e poucas mulheres podiam ser vistas nas ruas.

Tags

Autor