INVESTIGAÇÃO

Justiça quebra sigilo telefônico de 11 ex-assessores de Carlos Bolsonaro por suspeitas de "rachadinhas"

Carlos Bolsonaro já chegou a ter seu sigilo bancário e fiscal quebrado, mas não será alvo da quebra de sigilo telefônico

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Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 24/09/2021 às 16:04 | Atualizado em 24/09/2021 às 16:09
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizou a quebra de sigilo telefônico de 11 ex-assessores do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), segundo filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A decisão partiu do juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal do TJ-RJ. De acordo com o magistrado, existem “indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado”. As informações são da coluna de Juliana Dal Piva, para o UOL.

O vereador está sendo investigado desde 2019 pela suspeita de esquemas de “rachadinhas” e por nomeação de funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Carlos Bolsonaro já chegou a ter seu sigilo bancário e fiscal quebrado, mas não será alvo da quebra de sigilo telefônico. A decisão, que atinge somente os ex-assessores, possibilitará aos investigadores ter acesso ao histórico de chamadas telefônicas, dados cadastrais, conexões de wi-fi, localização e antenas usadas por seus ex-funcionários.


Os ex-assessores que terão os sigilos telefônicos quebrados pertencem a três dos seis grupos identificados pelo Ministério Público como núcleos da organização criminosa. O primeiro grupo é composto por sete pessoas que são parentes de Ana Cristina Valle, ex-chefe de gabinete de Carlos (2001 a 2008) e segunda mulher de Bolsonaro, também investigada, mas que, neste caso, não terá o sigilo telefônico quebrado.

São eles: André Valle e Andrea Valle, irmãos de Ana Cristina; Marta Valle, cunhada de Ana Cristina, Gilmar Marques, ex-cunhado de Ana Cristina; Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, primo de Ana Cristina, e sua mulher Ananda Hudson; e Monique Hudson, cunhada de Guilherme de Siqueira Hudson.

O segundo grupo é composto por pessoas ligadas à família Góes: Rodrigo de Carvalho Góes, Nadir Barbosa Góes. E mais um terceiro grupo composto por duas pessoas da família Cruz Martins: Diva da Cruz Martins e Andrea Cristina da Cruz Martins.

A decisão é de 24 de maio deste ano e o juiz do caso também cita que as informações ligadas aos processos "apontam para a existência de fortes indícios da prática de crime de lavagem". Procurada pela coluna do UOL, a defesa de Carlos Bolsonaro não se manifestou.

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