CORONAVÍRUS

Ômicron se dissemina de forma avassaladora pelo mundo

A variante continua a se espalhar como um incêndio em todo o mundo, causando um número recorde de novas infecções diárias

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AFP

Publicado em 06/01/2022 às 18:04 | Atualizado em 07/01/2022 às 10:48
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A variante ômicron do coronavírus continua a se espalhar como um incêndio em todo o mundo, causando um número recorde de novas infecções diárias que forçam confinamentos e decretos para novas restrições às vésperas de a pandemia completar dois anos.

Na quarta-feira (5), os Estados Unidos, o país com mais mortes por covid-19 no mundo - pelo menos 832.000 - registrou cerca de 600.000 novos casos.

Esses números levaram ao adiamento da cerimônia de premiação do prestigioso Grammy Music Awards, marcado para 31 de janeiro, enquanto o Festival de Cinema de Sundance, agendado para 20 a 30 de janeiro em Utah, será realizado online.

Na América Latina, o Peru, país com maior taxa de mortalidade por covid-19 do mundo (612 mortes por 100.000 habitantes em um país de 33 milhões de habitantes), registrou 8.687 novos casos confirmados em 24 horas na quarta-feira, o maior número em oito meses. O governo reduziu a lotação em espaços fechados e estendeu o toque de recolher noturno para tentar conter essa nova onda.

Na Bolívia, mais de 10.000 novas infecções foram registradas na quarta-feira, um recorde desde o início da pandemia, e as autoridades estão especialmente preocupadas com a situação na cidade de Santa Cruz, o epicentro das infecções, onde se teme que a situação cresça fora de controle.

Carlos Hurtado, diretor de Epidemiologia do Serviço de Saúde do Governo Regional, explicou que "pelo terceiro dia da história (da pandemia) ultrapassamos 50% de positividade, ou seja, dos 100 exames realizados, 51 deram positivo".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que acima de 50% de positivos a situação não está mais sob controle.

Grávida perde bebê na porta do hospital

Em todo o mundo, o coronavírus causou pelo menos 5,4 milhões de mortes e quase 300 milhões de casos. A ômicron é muito mais contagiosa do que as variantes anteriores, mas não está causando um aumento na mortalidade, de acordo com dados oficiais.

Na China, entretanto, onde os primeiros casos de covid-19 foram registrados no final de 2019, a estratégia das autoridades permanece "zero covid" e as novas restrições são rígidas.

Hong Kong, onde foram registradas cem casos de ômicron, fechará suas fronteiras a partir de sábado por duas semanas para viajantes de oito países, incluindo os Estados Unidos.

A vizinha Macau fará o mesmo a partir de domingo, para todos os viajantes internacionais.

A China praticamente erradicou as infecções graças às suas medidas drásticas, que incluem severos bloqueios e quarentenas, testes diagnósticos massivos e fechamento de fronteiras.

Segundo dados oficiais, o país registrou apenas 103.121 casos desde o início da pandemia. Mas os pequenos surtos detectados preocupam as autoridades às vésperas das Olimpíadas de Inverno de Pequim, que serão realizadas de 4 a 20 de fevereiro.

Na cidade de Xi'an, no norte, onde os 13 milhões de habitantes estão confinados há duas semanas, uma grávida de oito meses perdeu o bebê após um hospital lhe negar atendimento por duas horas porque ela não tinha um teste negativo para covid recente, de acordo com uma postagem nas redes sociais. Uma fotografia da mulher, sentada em um banquinho e cercada por uma poça de sangue, circula por todo o mundo.

A AFP não conseguiu verificar esta postagem, que foi apagada, mas a prefeitura de Xi'an anunciou a suspensão do diretor do hospital e outros funcionários e a abertura de uma investigação para eventos "que causaram grande preocupação e impacto negativo na sociedade”, de acordo com o texto divulgado pelas autoridades municipais.

Na França, onde foi registrado o número recorde de 332.252 novas infecções nesta quarta-feira, os deputados aprovaram um projeto de lei sobre o passaporte de vacinação, que será necessário para entrar em cinemas, bares e determinados transportes, por exemplo.

Na Itália, a vacinação se tornou obrigatória para maiores de 50 anos, ou seja, metade da população.

Djokovic será deportado da Austrália?

A situação de saúde também está impactando o Aberto de Tênis da Austrália. A realização da competição não está em questão, mas pode não ter o número um do mundo Novak Djokovic.

O jogador sérvio, que se opõe à vacinação obrigatória, obteve autorização médica para participar do torneio. Mas essa decisão provocou uma enxurrada de críticas na Austrália, país que sempre manteve medidas muito rígidas de combate à pandemia.

Djokovic foi bloqueado pelas autoridades de imigração ao chegar em Melbourne devido, oficialmente, a um erro administrativo em seu visto de entrada.

O jogador conseguiu adiar sua deportação do país na manhã desta quinta-feira, mas não está claro por enquanto se ele finalmente poderá entrar oficialmente na Austrália e jogar o torneio. O presidente sérvio acusou a Austrália de "maus tratos".

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