Preços do petróleo disparam com risco de invasão da Ucrânia
O preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril subiu 3,31% a 94,44 dólares, seu preço mais alto desde setembro de 2014
Os preços do petróleo dispararam nesta sexta-feira (11), enquanto os índices de Wall Street aceleravam sua queda enquanto aumentava o risco de invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo a Casa Branca. O preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril subiu 3,31% a 94,44 dólares, seu preço mais alto desde setembro de 2014.
Em Nova York, o barril de West Texas Intermediate (WTI) para entrega em março subiu 3,58% a 93,10 dólares, também o mais alto em sete anos. O barril do petróleo americano chegou a se valorizar mais de 5% ao meio-dia, após a declaração do chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, que considerou que uma invasão russa da Ucrânia pela Rússia pode ocorrer "a qualquer momento".
A bolsa de Nova York viu acelerar suas perdas, devido aos temores com os indícios de uma possível invasão russa que poderia ocorrer durante os Jogos Olímpicos de Pequim. "Há muito nervosismo no mercado da bolsa", comentou Peter Cardillo, da Spartan Capital.
"Se invadirem, evidentemente isso colocará as ações sob pressão", explicou o analista. "Isto quer dizer que os preços vão subir", principalmente a energia e as matérias-primas e que "a receita disponível vai diminuir", advertiu o especialista.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, advertiu nesta sexta que uma invasão da Ucrânia poderia ocorrer ainda durante os Jogos Olímpicos de Pequim e pediu aos americanos que deixem o país nas próximas "24 a 48 horas".
REINO UNIDO
O Reino Unido também aconselhou nesta sexta-feira que seus cidadãos deixem a Ucrânia imediatamente. O mercado do petróleo está "muito nervoso", informou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
Os dirigentes ocidentais ameaçaram com sanções "rápidas e drásticas" contra Moscou em caso de invasão, dirigidas a princípio aos setores financeiro e de energia.
A Rússia é um fornecedor crucial de gás para a Europa, especialmente para a Alemanha. "Nestas circunstâncias, o mercado petroleiro não quer ser surpreendido durante o fim de semana e se preocupa que uma invasão da Rússia possa produzir sanções que, somadas à invasão, possam ocorrer perturbações no abastecimento", acrescentou Lipow.