Ucrânia promete manter aberto seu espaço aéreo apesar da ameaça russa
Apesar de advertências americanas sobre ataques de tropas russas, o País vai manter espaço aéreo aberto
A Ucrânia prometeu, neste domingo (13), manter seu espaço aéreo aberto para viagens internacionais, apesar das advertências americanas de que tropas russas, em manobras perto da fronteira, podem invadir seu território a qualquer momento.
"O espaço aéreo ucraniano permanece aberto, e o Estado está trabalhando para prevenir os riscos para as companhias aéreas", disse o Ministério da Infraestrutura em um comunicado divulgado no Facebook.
"O fechamento do espaço aéreo é um direito soberano da Ucrânia e nenhuma decisão foi tomada nesse sentido", completou o comunicado do Ministério, após uma reunião na presença de funcionários da Presidência, dos aeroportos e das companhias aéreas ucranianas.
A maioria das companhias aéreas continua operando, de acordo com o Ministério, acrescentando que, hoje, 29 companhias aéreas internacionais operam voos de 34 países.
O Ministério admitiu, porém, que o problema pode partir das seguradoras.
"Se for necessário, o Estado garantirá o retorno de todos os cidadãos ucranianos do exterior", disse o ministro de Infraestrutura, Oleksandre Kubrakov, em uma nota.
KLM suspende voos para Ucrânia
Diante do aumento da tensão, a companhia aérea holandesa KLM anunciou, ontem (12), que estava suspendendo todos os seus voos no espaço aéreo ucraniano até novo aviso.
"O próximo voo para a capital [ucraniana] Kiev está programado para esta noite, mas não será realizado", disse a KLM, acrescentando que esta decisão foi tomada depois que uma análise sobre segurança de voo emitiu um "alerta vermelho" para essa conexão aérea.
"Não haverá mais voos no espaço aéreo ucraniano até novo aviso", frisou a empresa.
Também no sábado, um avião ucraniano SkyUP que voava da Ilha da Madeira, Portugal, para Kiev, teve de aterrissar em Chinisau, na Moldávia, depois que o proprietário da aeronave proibiu sua entrada no espaço aéreo ucraniano.
Holanda, assim como outros países europeus, entre eles Alemanha, Bélgica e Itália, recomendou a seus cidadãos que deixem a Ucrânia.
A KLM não sobrevoa mais o leste da Ucrânia desde o acidente envolvendo o voo MH17 da Malaysia Airlines, em julho de 2014. Depois de decolar de Amsterdã rumo a Kuala Lumpur, o avião foi abatido por um míssil terra-ar, quando sobrevoava um território separatista pró-russos no leste da Ucrânia. As 298 pessoas a bordo do voo MH17 morreram.
O governo russo negou qualquer envolvimento nessa tragédia. Três pessoas de nacionalidade russa e ucraniana são julgadas à revelia na Holanda como supostos responsáveis pela queda da aeronave.