EUA reiteram que invasão russa da Ucrânia pode ocorrer 'a qualquer momento'
A Rússia, que nega qualquer vontade de ir para a guerra, concentrou desde novembro mais de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia
Os russos poderiam atacar a Ucrânia "a qualquer momento", reiteraram neste domingo (13) altos funcionários americanos, no dia seguinte a um telefonema entre Joe Biden e Vladimir Putin, que não lhes deu "motivos para otimismo".
A conversa por telefone entre os dois presidentes "certamente não mostrou que as coisas estivessem se movendo na direção correta", disse à Fox o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
"Não há sinais de que Putin tenha a intenção de aliviar as tensões", acrescentou. "Acreditamos que uma ação militar importante poderia ocorrer a qualquer momento".
A Rússia, que nega qualquer vontade de ir para a guerra, concentrou desde novembro mais de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia e iniciou manobras militares em Belarus e no Mar Negro nos últimos dias, cercando de fato seu vizinho.
"Durante dez dias, temos visto uma aceleração do reforço das tropas russas e seu posicionamento mais perto da fronteira, razão pela qual poderiam lançar uma ação militar muito, muito rapidamente", acrescentou à CNN o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Segundo ele, o ataque "poderia ocorrer ainda esta semana". "É provável que comece com fortes ataques com mísseis e bombardeios", seguidos de "movimentações de tropas terrestres", avaliou.
No entanto, disse que continua sendo possível que Putin opte pela via diplomática. "Não estou na cabeça dele", afirmou Sullivan.
Perguntado sobre as reservas expressas pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, para quem os Estados Unidos são muito alarmistas, Sullivan explicou que Washington decidiu compartilhar publicamente sua análise para "evitar que a Rússia pegue a Ucrânia e o mundo de surpresa".
Zelensky e Biden têm previsto falar por telefone neste domingo.
Nos últimos dias, intensificaram-se os esforços diplomáticos para tentar evitar uma guerra na Ucrânia. Após a visita do presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, é esperado na segunda-feira em Kiev e na terça-feira em Moscou.