Otan 'condena' reconhecimento pela Rússia de regiões separatistas da Ucrânia
O chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmando que a decisão de Putin viola os acordos internacionais que Moscou tinha assinado
O chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, condenou nesta segunda-feira (21) o reconhecimento pelo presidente russo, Vladimir Putin, das regiões controladas pelos rebeldes no leste da Ucrânia, afirmando que a medida viola os acordos internacionais que Moscou tinha assinado.
"Condeno a decisão da Rússia de estender o reconhecimento às autoproclamadas 'República Popular de Donetsk' e 'República Popular de Luhansk'. Isso socava ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, erode os esforços para a resolução do conflito e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia faz parte", disse Stoltenberg em um comunicado.
Putin informou nesta segunda-feira, em longo pronunciamento transmitido ao vivo, que tomou a decisão de reconhecer as regiões de Donetsk e Luhansk como independentes da Ucrânia.
Putin disse que a situação na região de Donbass - onde ficam localizadas as duas cidades que tiveram sua independência reconhecido por Moscou - está ficando "novamente crítica", e acusou Kiev de bombardear civis locais em retaliação à demanda de grupos separatistas.
Ainda de acordo com ele, há evidências de que Kiev planeja construir armas nucleares com a ajuda dos Estados Unidos e da Otan, algo que "mudaria drasticamente a situação".
CRÍTICAS
Para o mandatário russo, a Ucrânia "não tem tradição" de ser um Estado soberano e hoje atua não apenas como um "protetorado" sob defesa de potenciais ocidentais, mas "como uma colônia com um governo fantoche".
Segundo Putin, Kiev é controlada por forças exteriores que não se limitam ao Ocidente e cuja influência atinge todas as instâncias do governo ucraniano.
"A Ucrânia não conseguiu alcançar um Estado estável, e por isso teve que se apoiar em nações estrangeiras, como os EUA", avaliou Putin, após afirmar que a Ucrânia moderna foi "inteiramente criada" pela Rússia soviética.