CONFLITO

Ucrânia centraliza há meses as tensões entre Rússia e Ocidente

O presidente russo, Vladimir Putin, acusa os ocidentais de exacerbar as tensões entregando armamento moderno à Ucrânia e realizando "exercícios militares provocadores" no Mar Negro e perto de suas fronteiras

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AFP

Publicado em 21/02/2022 às 21:49
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As tensões sobre a Ucrânia se aprofundaram nos últimos meses, devido a acusações dos países ocidentais de que Moscou prepara uma invasão ao vizinho.

Ucrânia e Rússia se enfrentam desde que o governo russo anexou a península da Crimeia, em 2014. Os vínculos pioraram com o conflito no leste da Ucrânia, onde a Rússia é acusada de apoiar os separatistas, o que o Kremlin nega.

Medo de uma ofensiva

Em 10 de novembro de 2021, os Estados Unidos pedem explicações à Rússia após detectar movimentos "incomuns" de tropas na fronteira com a Ucrânia. Em abril, assegura, Moscou já tinha concentrado cerca de 100.000 militares na fronteira.

O presidente russo, Vladimir Putin, acusa os ocidentais de exacerbar as tensões entregando armamento moderno à Ucrânia e realizando "exercícios militares provocadores" no Mar Negro e perto de suas fronteiras.

Em 28 de novembro, a Ucrânia diz que a Rússia tem 92.000 soldados concentrados em suas fronteiras.

Moscou acusa a Ucrânia de enviar tropas para o leste do país.

Cúpula virtual Biden-Putin

Em 7 de dezembro, o presidente americano, Joe Biden, ameaça Putin com "graves sanções" econômicas se invadir a Ucrânia, em uma cúpula bilateral virtual.

O presidente russo exige "garantias jurídicas" de que a Ucrânia não vai aderir à Otan.

Moscou apresenta esboços de tratados para proibir qualquer ampliação da Otan e o estabelecimento de bases militares americanas em países da antiga União Soviética.

Profundas "divergências"

Em 10 de janeiro de 2022, russos e americanos iniciam negociações tensas em Genebra.

No dia 12, a Otan e a Rússia constatam suas profundas "divergências sobre a segurança na Europa", ao final de um conselho bilateral em Bruxelas.

Em 18 de janeiro, a Rússia começa a mobilizar soldados em Belarus.

Washington anuncia uma ajuda de 200 milhões de dólares adicionais na área da segurança para a Ucrânia.

Forças em alerta

Em 21 de janeiro, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, e seu contraparte russo, Serguei Lavrov, reúnem-se em Genebra.

No dia 24, a Otan anuncia que está pronta para reforçar suas defesas no leste europeu, enviando tropas, navios e aviões de combate. Washington põe 8.500 militares de prontidão.

Após ter acusado os Estados Unidos de exacerbar as tensões, Moscou inicia novas manobras militares perto da Ucrânia e na Crimeia.

No dia 26, emissários de Rússia e Ucrânia se reúnem em Paris com mediadores de França e Alemanha para tentar reativar o processo de paz no leste da Ucrânia.

China apoia a Rússia

Em 27 de janeiro, o governo chinês considera "razoáveis" as preocupações da Rússia com sua segurança. Em 2 de fevereiro, Washington envia 3.000 soldados adicionais ao leste europeu para defender os países da Otan.

Putin, disposto a "compromissos"

Em 7 de fevereiro, Putin se declara disposto a adotar "compromissos" após um cara a cara no Kremlin com o presidente francês, Emmanuel Macron, cujo país ocupa a presidência semestral da União Europeia (UE).

No dia 10 de fevereiro, os exércitos russo e bielorrusso fazem manobras de envergadura em Belarus por dez dias.

Risco de guerra na Europa

Em 11 de fevereiro, a Otan insiste no "risco real de um novo conflito armado" na Europa. Vários países pedem que seus concidadãos deixem a Ucrânia o mais rapidamente possível.

Os Estados Unidos afirmam que uma invasão russa da Ucrânia poderia ocorrer "a qualquer momento" e decidem enviar 3.000 soldados adicionais à Polônia.

Múltiplos telefonemas

Em 12 de fevereiro, a Ucrânia afirma que as advertências dos Estados Unidos sobre uma invasão russa atiçam "o pânico".

Em outra conversa telefônica, Joe Biden adverte Putin que um ataque da Rússia contra a Ucrânia terá "custos rápidos e severos". O assessor diplomático de Putin critica o "auge" da "histeria" norte-americana sobre a situação em torno da Ucrânia.

"Diálogo" ou "precipício"

Em 14 de fevereiro, o governo dos Estados Unidos decide transferir a embaixada de Kiev para Lviv, na região oeste do país.

Boris Johnson pede a Vladimir Putin que se afaste do "precipício" por considerar possível uma invasão russa em "48 horas".

Rússia anuncia início de retirada

No dia 15 de fevereiro, o Kremlin confirma o início de uma retirada das tropas russas mobilizadas na fronteira com a Ucrânia.

No dia 17, intensifica-se a troca de tiros na linha de frente entre separatistas pró-russos e forças ucranianas.

Biden adverte para uma possível ofensiva russa "nos próximos dias", em um momento em que Moscou concentra mais de 150.000 soldados na fronteira com a Ucrânia, segundo a Inteligência americana.

Ataque próximo?

No dia 19, o exército ucraniano anuncia a morte de dois de seus soldados.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, propõe um encontro com Putin.

Os Estados Unidos insistem em que as tropas russas "se preparam para atacar".

Putin reconhece independência de separatistas pró-russos

No dia 21, a França anuncia que os presidentes de Rússia e Estados Unidos aceitam a princípio celebrar uma cúpula Putin-Biden. O Kremlin diz que o anúncio é "prematuro".

Putin anuncia o reconhecimento da independência dos territórios separatistas pró-russos na Ucrânia.

A União Europeia e o Reino Unido anunciam sanções.

Putin ordena a seu exército entrar nos territórios separatistas no leste da Ucrânia.

Dois decretos do presidente russo reconhecem as "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk, pedem ao ministério da Defesa que "as forças armadas russas (assumam) funções de manutenção da paz" nestas regiões.

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