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Notícias da guerra da Ucrânia: Rússia bombardeia hospital infantil e maternidade em Mariupol, diz Ucrânia

Ao menos 17 pessoas ficaram feridas

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AFP

Publicado em 09/03/2022 às 15:39 | Atualizado em 09/03/2022 às 21:46
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Atualizada às 21h43

Ao menos dezessete adultos ficaram feridos nesta quarta-feira (9) no bombardeio russo a um hospital pediátrico em Mariupol, um porto do sudeste da Ucrânia, anunciou um alto funcionário regional, Pavlo Kirilenko.

"Há 17 feridos confirmados entre os funcionários do hospital", disse Kirilenko à TV ucraniana, acrescentando que, de acordo com os primeiros informes, "não há nenhuma criança" entre os feridos, tampouco mortos.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, publicou um vídeo no Twitter mostrando a extensão da destruição no complexo médico. Zelensky condenou o ataque, chamando-o de "atrocidade".

O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, declarou que nenhuma unidade de saúde "deve ser um alvo". A ONU e a Organização Mundial da Saúde exigem "o fim imediato dos ataques a instalações de saúde, hospitais, profissionais de saúde, ambulâncias", disse Dujarric durante sua coletiva de imprensa diária.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou o ataque como "imoral" e prometeu que o presidente russo, Vladimir Putin, será responsabilizado "por seus crimes terríveis".

"Poucas coisas são mais imorais do que atacar os vulneráveis e indefesos", tuitou Johnson. "O Reino Unido está buscando mais apoio para a Ucrânia se defender contra ataques aéreos", acrescentou.

A Casa Branca denunciou o uso "bárbaro" da força contra civis. "É atroz ver o uso bárbaro da força militar contra civis inocentes em um país soberano", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em coletiva de imprensa.

Segundo a prefeitura de Mariupol, desde o início do cerco russo à cidade, há nove dias, mais de 1.200 civis morreram. "Nove dias, 1.207 civis mortos em Mariupol. Nove dias de genocídio da população civil", publicou o município em seu canal no Telegram.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, discutirá com autoridades polonesas nesta quinta-feira como fornecer "assistência militar" à Ucrânia, segundo um representante do governo americano.

Rotas do êxodo

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) contabilizou 2.155.271 refugiados que fugiram da guerra da Ucrânia, segundo dados divulgados hoje. São 143.959 refugiados a mais do que ontem.

Autoridades na zona de guerra e a ONU asseguram que esse fluxo irá aumentar. Várias tentativas de abrir corredores humanitários fracassaram desde o começo da guerra, mas um novo acordo foi alcançado na manha de hoje. Segundo a ONU, até 4 milhões de pessoas poderão abandonar o país por causa do conflito.

A porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, declarou que seu país vê progressos nas negociações com a Ucrânia.

Reunião de chanceleres na Turquia

Discussões estão marcadas para amanhã na localidade turca de Antália entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e seu par ucraniano, Dmitro Kuleba.

Os bombardeios, no entanto, continuam. Em Severodonetsk, 10 pessoas foram mortas nesses ataques, segundo uma autoridade regional. E nove morreram em Yitomir, a oeste de Kiev.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou hoje que "não tem grande impacto sobre a segurança" a desconexão elétrica na central ucraniana de Chernobyl, onde ocorreu em 1986 um dos maiores acidentes nucleares do planeta.

A operadora ucraniana Ukrenergo informou hoje que o fornecimento de energia para a usina de Chernobyl e seus equipamentos de segurança estava "totalmente" cortado, devido às ações militares russas. "Não há possibilidade de restabelecer as linhas", já que a ofensiva está em andamento, disse a operadora ucraniana.

A liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou hoje uma ajuda econômica emergencial de US$ 1,4 bilhão para Kiev. O Banco Mundial, por sua vez, já desembolsou cerca de US$ 500 milhões de um pacote de ajuda previsto de US$ 3 bilhões, conhecido como "Financiamento da Recuperação da Emergência Econômica na Ucrânia", ou "Libertem a Ucrânia".

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