Tiroteio em Chicago no 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos, deixa mortos e feridos
Um homem armado com um rifle abriu fogo e deixou pelo menos seis mortos e 24 feridos durante um desfile para celebrar o 4 de julho
Da AFP
Um homem armado com um rifle abriu fogo e deixou pelo menos seis mortos e 24 feridos durante um desfile para celebrar o 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos em Highland Park, ao norte de Chicago, informaram as autoridades nesta sexta-feira (4).
"Neste momento, duas dezenas de pessoas foram levadas ao hospital de Highland Park. Foram confirmadas as mortes de seis pessoas", declarou à imprensa o comandante Chis O'Neill, da polícia desta cidade de cerca de 30.000 habitantes às margens do lago Michigan.
Uma testemunha identificada como Michael, entrevistada pelo canal WGN, disse ter visto um único atirador armado com um fuzil "agachado e avançando de forma metódica, quase militar".
O suspeito, descrito pela polícia como um homem branco "perigoso" de entre 18 e 20 anos e em posse de um "rifle de alta potência", escapou e é procurado.
A polícia disse que "provas de armas de fogo" foram encontradas em um telhado próximo.
"Tudo indica que (o suspeito) era discreto, ele era muito difícil de ver", disse o porta-voz da Força-Tarefa de Crimes Graves do condado de Lake, Christopher Covelli.
Várias agências policiais, incluindo o FBI, a polícia estatal e a polícia local, colaboram na resposta ao ataque.
"Em um dia em que nos reunimos para celebrar a comunidade e a liberdade, estamos de luto pela trágica perda de vidas e lutando contra o terror", lamentou a prefeita de Highland Park, Nancy Rotering.
Tanto O'Neill como Rotering informaram que o ataque a tiros começou às 10h14 do horário local (12h14 no horário de Brasília).
- "Pai, algo está errado" -
Ao longo da rua do desfile, cadeiras abandonadas e outros pertences podiam ser vistos espalhados após a fuga desesperada dos espectadores.
"Todo mundo pensou que eram fogos de artifício", disse uma participante do desfile, que se identificou como Zoe, à emissora CNN.
"Meu pai pensou que era parte do show, e eu falei: 'Pai, não... algo está errado.' E o agarrei, olhei pra ele novamente e foi um mar de pânico, as pessoas simplesmente caíam".
Enquanto corriam, Zoe disse que, alguns metros atrás, "vi uma menina que foi baleada e morta... eu a vi morrer".
Ela acrescentou que se esconderam atrás de uma lixeira antes que a polícia os levasse para um porão de uma loja com outras pessoas, várias das quais ficaram feridas.
Quando finalmente puderam deixar o lugar de refúgio, a rua do desfile parecia "um campo de batalha", acrescentou Zoe.
Biden promete lutar contra a "epidemia de violência armada"
O presidente Joe Biden afirmou que tanto ele quanto a primeira-dama, Jill, estavam "chocados com a violência armada sem sentido que mais uma vez trouxe dor a uma comunidade americana neste Dia da Independência".
"Não vou deixar de lutar contra a epidemia de violência armada", prometeu, lembrando que no fim de junho promulgou a primeira legislação importante em décadas sobre o controle de armas, embora tenha admitido que "resta muito a fazer".
O ataque soma-se à onda de violência armada que assola os Estados Unidos, onde aproximadamente 40.000 pessoas morem anualmente vítimas de armas de fogo, incluindo suicídios, segundo o site Gun Violence Archive.
O debate sobre o controle de armas, um tema que divide os Estados Unidos, ganhou força após dois massacres em maio, nos quais 10 afro-americanos foram baleados no norte do estado de Nova York e 21 pessoas, 19 delas crianças, foram assassinadas em uma escola no Texas.
Após as tragédias, o Congresso conseguiu aprovar a primeira legislação significativa em décadas para tentar conter o problema das armas.
Um dia antes, os defensores do controle mais rígido das armas de fogo sofreram uma derrota com a decisão da Suprema Corte de reafirmar o direito do porte de armas em público.