ISTAMBUL: explosão em Istambul deixa mortos e feridos
Explosão de origem desconhecida ocorreu na rua comercial de Istiklal
AFP
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, denunciou o "atentado vil" que causou "seis mortos e 53 feridos" neste domingo (13) em Istambul, segundo o último balanço, em um pronunciamento ao vivo na televisão.
"As primeiras observações dão a entender que se trata de um atentado terrorista", disse depois o presidente aos jornalistas, ao acrescentar que "um homem e uma mulher estariam envolvidos", sem oferecer mais detalhes.
Depois da explosão, circularam rumores de que poderia ter se tratado de um atentado suicida, mas sem nenhuma prova ou confirmação.
"Os autores deste atentado vil serão desmascarados. Que a nossa população esteja segura de que eles serão castigados", declarou Erdogan, duas horas depois da explosão ocorrida na rua comercial de Istiklal, no coração de Istambul.
"As tentativas de afundar a Turquia e a nação turca no terror não vão atingir seu objetivo. Nem hoje nem amanhã, como tampouco ocorreu no passado", garantiu o presidente.
A explosão foi registrada pouco depois das 16h locais (10h em Brasília), em um momento de grande movimento na rua, um destino popular para muitos turistas e moradores locais.
A polícia isolou o local para evitar que as pessoas se aproximassem e por temor de uma segunda explosão. Um enorme aparato das forças de segurança foi mobilizado e bloqueou também o acesso ao bairro e ruas adjacentes.
"Estava a uns 50-55 metros de distância, de repente ouvi um barulho de explosão. Vi três ou quatro pessoas estiradas no chão", declarou uma testemunha, Cemal Denizci, de 57 anos, à AFP.
"As pessoas correram em pânico. O barulho foi enorme. Havia fumaça preta. O barulho foi muito forte, quase ensurdecedor", acrescentou.
A explosão, que provocou chamas, foi ouvida a distância e desencadeou uma onda de pânico, segundo imagens difundidas nas redes sociais.
Além disso, vídeos e fotos mostravam uma grande cratera escura e vários corpos estirados no chão.
O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, se dirigiu ao local do incidente. "Fui informado pelas equipes dos bombeiros em Istiklal. Eles seguem com o trabalho em coordenação com a polícia", escreveu em uma postagem no Twitter, na qual também ofereceu suas condolências às vítimas e seus familiares.
No bairro vizinho de Galata, muitas lojas fecharam e algumas pessoas chegaram correndo do local da explosão com lágrimas nos olhos, segundo um correspondente da AFP.
Campanha de terror
O Conselho Superior de Radiotelevisão (RTÜK, na sigla em turco) proibiu rapidamente que os meios de comunicação exibissem imagens da cena.
O objetivo é "evitar semear o medo, o pânico e a agitação na sociedade e servir aos objetivos de organizações terroristas", justificou o diretor da comunicação presidencial e conselheiro próximo do presidente Erdogan, Farhettin Altun.
"Todas as instituições e organizações de nosso Estado realizam uma investigação rápida, meticulosa e eficaz sobre o incidente", prometeu Altun em uma declaração.
A avenida Istiklal, de 1,4 km de extensão e que significa "Independência" em turco, está situada no distrito histórico de Beyoglu. É uma das ruas exclusivas para pedestres mais famosas da cidade.
Por ela cruza um antigo bonde e há uma infinidade de lojas e restaurantes. Quase 3 milhões de pessoas circulam ali por dia durante o fim de semana.
Em março de 2016, um ataque suicida no mesmo lugar deixou cinco mortos.