REUNIÃO

Biden diz que houve 'progresso real' em reunião com Xi para diminuir tensões

Encontro entre os dois presidentes durou cerca de quatro horas, segundo a Casa Branca

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AFP

Publicado em 15/11/2023 às 21:33 | Atualizado em 15/11/2023 às 21:34
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que houve "progresso real" na reunião que teve com seu contraparte chinês, Xi Jinping, nesta quarta-feira (15), na Califórnia, com o objetivo de diminuir as tensões entre as duas superpotências.

"Valorizo a conversa que tive com o presidente Xi", disse Biden na rede X, antigo Twitter. "E hoje alcançamos um progresso real".

Biden e Xi caminharam durante a reunião pelos exuberantes jardins da propriedade Filoli, uma opulenta mansão a cerca de 40 quilômetros de San Francisco, onde está ocorrendo esta semana a reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), do qual ambos os países são membros.

Ao final do encontro, que durou cerca de quatro horas, segundo a Casa Branca, Biden disse que as conversas transcorreram "bem" e mostrou os polegares para cima para os jornalistas, enquanto Xi acenava.

Em seu primeiro encontro tête-à-tête em um ano, ambos os líderes defenderam a redução das tensões entre Estados Unidos e China.

"O planeta Terra é grande o suficiente para que os dois países tenham sucesso", disse Xi à imprensa antes de iniciar a aguardada cúpula, na qual se esperava que temas espinhosos como Taiwan, sanções e comércio fossem abordados.

"Desde que se respeitem mutuamente, coexistam em paz, serão totalmente capazes de superar suas diferenças", acrescentou Xi, através de um tradutor. "Dar as costas não é uma opção".

"O senhor e eu lideramos as relações entre China e Estados Unidos (...) Espero ansiosamente por um intercâmbio aprofundado", disse a Biden, que falou em seguida.

"Senhor Presidente, nos conhecemos há muito tempo. Nem sempre concordamos (...) mas nossas reuniões sempre foram francas e diretas", disse Biden.

É "essencial que nos entendamos verdadeiramente, de líder para líder", destacou o presidente americano.

Dinastia

Sorridente, Biden cumprimentou Xi depois que o líder chinês saiu de uma limusine preta no Filoli Gardens, que, com seus exuberantes espaços verdes, foi cenário de produções como "Dinastia", a série que mostrava os conflitos entre os membros da rica família Carrington.

Biden recebeu Xi ladeado pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, e pelo secretário de Estado, Antony Blinken.

Após a reunião, ambos os líderes tiveram um almoço de trabalho.

Espera-se que o presidente americano conceda uma coletiva de imprensa solo, informou a Casa Branca.

Na véspera do esperado encontro, Biden disse que a China tem "problemas reais".

"O presidente Xi é outro exemplo de como o restabelecimento da liderança dos Estados Unidos no mundo está se consolidando. Eles têm problemas reais", declarou Biden, sem fornecer mais detalhes, durante um evento de angariação de fundos horas antes da reunião.

Horas antes, ele afirmou que os Estados Unidos não estão "se afastando da China", mas sim "mudando a relação para melhor".

Ele disse que queria "voltar a um ritmo normal de correspondência, podendo atender o telefone e falar se houver uma crise".

IA e fentanil

Após o último encontro entre Biden e Xi em novembro de 2022, as relações passaram por momentos de tensão, especialmente no início do ano, quando os Estados Unidos derrubaram um suposto balão espião de origem chinesa.

Mas nos últimos meses, Pequim e Washington optaram pela diplomacia de alto nível, que culminou no anúncio, menos de uma semana antes da cúpula, da visita de Xi.

Antes do início da reunião, representantes dos dois países anunciaram o lançamento de um grupo de trabalho conjunto sobre mudanças climáticas para fortalecer sua coordenação em "um dos maiores desafios de nosso tempo".

O resultado formal mais provável é a restauração da linha direta entre militares dos dois países, que Pequim cortou depois que a então presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, visitou Taiwan em 2022.

Esperava-se que Biden advertisse a China para não interferir nas eleições que ocorrerão daqui a dois meses em Taiwan, a autoproclamada democracia sobre a qual Pequim clama soberania e não descarta tomar pela força.

Também pode ser discutida a possível cooperação para limitar as exportações chinesas de ingredientes para o fentanil, um opioide sintético que causou um grande número de mortes em cidades americanas como San Francisco.

O tema deve ser abordado em reuniões bilaterais que os presidentes terão separadamente com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.

A cúpula da Apec, que reúne os líderes das 21 economias do bloco do Pacífico, ocorre até sexta-feira em San Francisco.

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