Ex-atriz pornô Stormy Daniels é interrogada no julgamento de Trump
Daniels de 45 anos, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, afirma que teve um encontro sexual com Trump em 2006
A ex-atriz de cinema pornô Stormy Daniels testemunhou nesta terça-feira(7) no julgamento de Donald Trump, acusado de ocultar o pagamento por seu silêncio sobre uma suposta relação extraconjugal, tornando-se o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos no banco dos réus.
"A Promotoria chama Stormy Daniels", uma das testemunhas mais esperadas neste julgamento do atual candidato à presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro, e centro do caso Trump.
Daniels de 45 anos, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, afirma que teve um encontro sexual com Trump em 2006. Na reta final das eleições de 2016, quando escândalos sexuais ameaçavam a campanha eleitoral que o magnata venceu contra Hillary Clinton, Daniels recebeu um pagamento de US$ 130 mil (R$ 454 mil) para permanecer em silêncio sobre esse episódio.
Trump declarou o pagamento à ex-atriz como despesas legais de seu então advogado pessoal Michael Cohen, que havia adiantado o dinheiro do seu bolso, com a Trump Organization, empresa de sua família. Agora, o republicano é acusado de falsificar 34 documentos em um julgamento histórico.
TORNEIO DE GOLFE
Nervosa, a testemunha contou como conheceu Trump em um torneio de golfe quando tinha 27 anos. "Sabia que era mais velho, provavelmente mais velho que meu pai", disse Daniels a poucos metros do magnata.
A acusação mostra uma foto dos dois abraçados no campo de golfe, Trump com camisa amarela e ela de blusa preta. "O Sr. Trump disse que queria jantar comigo", disse, enquanto contava como chegou à suíte do hotel, "três vezes maior que meu apartamento", onde o magnata a esperava com flores e pijamas de seda que depois ele trocou por uma camisa e uma calça.
Trump, de 77 anos, nega uma relação sexual com a ex-atriz. Susan Necheles, advogada do ex-presidente, apresentou uma objeção ao juiz Juan Merchan, que preside o julgamento, para que fosse proibido testemunhar sobre qualquer "ato sexual". "É indevidamente prejudicial", disse Necheles ao juiz.
A promotora Susan Hoffinger garantiu ao tribunal que o depoimento de Daniels "omitiria detalhes excessivamente obscenos".
CARA A CARA
Esta é a primeira vez que Daniels fica cara a cara com o magnata que durante anos a difamou, mesmo quando estava na Casa Branca.
O juiz proibiu o republicano de falar sobre as testemunhas em suas redes sociais, e também sobre o júri e funcionários do tribunal e seus familiares. Depois de impor multas de US$ 10 mil (cerca de R$ 50 mil), o ameaçou de prisão caso continue a desobedecer às suas ordens.
Ao longo de três semanas de julgamento, testemunhas lançaram luz sobre os cenários da sua campanha eleitoral de 2016 perante o júri popular que selará o seu destino.
Se for considerado culpado, poderá ser condenado à prisão, embora isso não o impeça de assumir a presidência caso vença seu atual adversário, o presidente Joe Biden, a quem culpa por estar no tribunal de Manhattan em vez de fazer campanha.