Estudante pernambucana relata vida em Israel durante conflito

A estudante de mestrado em direito internacional, Carla Silva, vive em Israel há quase 10 anos e foi entrevistada pela Rádio Jornal sobre o conflito

Publicado em 03/10/2024 às 14:00 | Atualizado em 03/10/2024 às 14:03

O conflito no Oriente Médio tem se escalado cada vez mais. Além da guerra contra o Hamas, grupo paramilitar palestino, Israel tem trocado ataques com o Hezbollah, grupo militante islamista xiita, além do envolvimento direto do Irã.

“O caminho que está se traçando é o da guerra regional. O Oriente Médio é um verdadeiro nó geográfico, uma área muito instável do ponto de vista histórico, político, econômico e social. E o que está acontecendo é uma movimentação que o Irã sempre fez: o uso de grupos por procuração para atacar Israel, e Israel iniciando uma ofensiva direta, mais contundente, contra o maior desses grupos, o grupo mais importante e representativo para o Irã, que é o Hezbollah no Líbano”, comenta o colunista de geopolítica João Correia, em entrevista à Rádio Jornal.

O ataque de Israel ao “quartel-general” do Hezbollah, em Beirute, no Líbano, que vitimou a alta cúpula do grupo, inclusive o principal líder do grupo, Hassan Nasrallah, criou um nó tático na organização considerada terrorista pela maioria das nações do mundo.

Dentro desse contexto, o Irã tem desenvolvido um projeto nuclear que tem gerado desconfiança na comunidade internacional. Segundo a nação, os objetivos são pacíficos e civis. Israel sustenta que o Irã busca desenvolver uma bomba atômica, e que fará de tudo para que isso não ocorra.

Guerra tecnológica

Em 7 de outubro de 2023, os ataques do Hamas ao território israelense marcaram o início do atual conflito. Na ocasião, o grupo conseguiu burlar o sistema tecnológico de Israel e manter o fator surpresa dos ataques.

No final de setembro deste ano, Israel surpreendeu a operação do Hezbollah ao esconder explosivos em baterias de pagers utilizados pelo grupo e explodi-los simultaneamente.

A estudante de mestrado em direito internacional, Carla Silva vive na região sul de Israel há quase 10 anos. Em entrevista para a Rádio Jornal, ela comenta que o que se vê é uma guerra tecnológica.

“Na inteligência do exército israelense, existe um grupo grande que está diariamente combatendo ataques de hackers terroristas que tentam entrar no sistema interno israelense, como internet, bancos, bolsa de valores, e danificar o sistema israelense. Então além da guerra bélica, temos uma guerra invisível, que é essa guerra tecnológica”, afirma.

A estudante também afirma que, apesar da situação, não vive com medo. “Nosso exército está preparado, temos um setor de informação muito bem preparado”, explica.

Apesar disso, desde a década de 1990, as casas construídas em Israel devem contar com um quarto especial, uma espécie de bunker para emergências. Carla relata que existem muitas famílias que dormem diariamente nesse espaço, como uma forma de precaução.

“Por exemplo, o meu neto, e todas as crianças de Israel, principalmente do norte de Israel, desde a semana passada estão estudando em bunkers protetores nas escolas, porque se acontecer um ataque, as crianças já estão protegidas, isso não é uma situação normal”, exemplifica.

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