"Quem mexe com a Venezuela se dá mal", diz polícia venezuelana em publicação que traz a silhueta de Lula e a bandeira do Brasil
Em nova publicação, a PNB (Polícia Nacional da Bolívia) expressa descontentamento com o Brasil, enfatizando sua resistência a pressões externas
Nesta quinta-feira (31), a Polícia Nacional Bolivariana (PNB), publicou uma imagem em suas redes sociais que sugere uma crítica indireta ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A publicação traz a silhueta de um homem com barba e cabelos grisalhos, semelhante à figura de Lula, ao lado da bandeira do Brasil e acompanhada pela mensagem: “Caracas não aceita chantagens de ninguém”.
A imagem inclui ainda a hashtag “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”, e declara que “Nossa pátria é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagem de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer”.
Na última semana, o presidente Nicolás Maduro compareceu à cúpula do Brics em Kazan, Rússia, mas, conforme orientação brasileira, o ingresso de novos membros foi bloqueado.
O Brasil justificou sua posição mencionando as tensões recentes após a eleição venezuelana de julho, questionada internacionalmente por supostas fraudes, além da falta de transparência no processo eleitoral que, segundo a oposição, favoreceu Maduro.
Críticas ao governo brasileiro
Embora o presidente Maduro tenha evitado criticar Lula diretamente, autoridades venezuelanas têm direcionado críticas públicas ao governo brasileiro. Em nota recente, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela classificou a decisão do Brasil como uma “agressão” e afirmou que a postura de Lula mantém “o pior” da política externa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A publicação da PNB ainda marca o perfil de Diosdado Cabello, ministro do Interior e figura-chave do governo de Maduro.
O posicionamento coincide com outras manifestações críticas de lideranças chavistas contra autoridades brasileiras, incluindo Celso Amorim, assessor de Lula, que, em declarações recentes, disse que a reação venezuelana ao veto foi “desproporcional, cheia de acusações ao presidente e à chancelaria brasileira”.
Em resposta, o governo venezuelano convocou seu embaixador em Brasília para consultas e ventilou a possibilidade de declarar Amorim como persona non grata, reforçando o tom de tensão que marca a atual fase das relações entre os dois países.