"A maior operação de deportação em massa da história" está em curso, diz secretária da Casa Branca
A ação, promovida pelo governo Trump, já prendeu 538 pessoas; um voo com brasileiros deportados chega nesta sexta-feira a Minas Gerais

Autoridades dos Estados Unidos prenderam 538 “imigrantes ilegais” e deportaram “centenas” deles, incluindo brasileiros, em uma ação que foi apresentada pela Casa Branca como “a maior” de sua natureza na história do país, conforme reportou a AFP.
A ação acontece a poucos dias do início do segundo mandato de Donald Trump, que tem reforçado sua promessa de reprimir a imigração ilegal.
Em um post nas redes sociais, Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, afirmou: “O governo Trump prendeu 538 imigrantes ilegais criminosos” e “deportou centenas” deles “em aviões militares”.
Leavitt também destacou a operação como “a maior operação de deportação em massa da história”, garantindo que “promessas feitas, promessas cumpridas”.
Voo com brasileiros deportados chega a MG
Segundo a Polícia Federal, um voo com 158 brasileiros deportados dos EUA está previsto para chegar nesta sexta (24) ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. Esta é a primeira deportação de brasileiros que ocorre na nova gestão do presidente Donald Trump.
No entanto, no início do ano, ainda sob o governo de Joe Biden, um avião com 100 pessoas a bordo também chegou a Confins, segundo a PF.
Política agressiva contra imigrantes
Durante sua campanha presidencial, Trump fez da repressão à imigração ilegal um dos pilares de sua agenda, demonizando migrantes, referindo-se a eles como “selvagens”, “animais” ou “criminosos”.
Estima-se que cerca de 11 milhões de pessoas vivam de forma irregular nos Estados Unidos, e Trump tem se comprometido a realizar a maior deportação da história do país.
Em sua retórica, Trump frequentemente usa a palavra “invasão” para se referir à entrada de imigrantes sem visto, acusando-os de “envenenar o sangue” do país.
Reações
Na quinta-feira, o prefeito de Newark (Nova Jersey), Ras Baraka, denunciou que agentes do serviço de imigração realizaram uma operação em um estabelecimento local, detendo moradores e cidadãos sem documentos, sem apresentar uma ordem judicial.
Baraka ainda afirmou que entre os presos estava um veterano do Exército americano, o que ele qualificou como um “ato atroz e uma violação flagrante” da Constituição dos Estados Unidos. “Newark não ficará parada enquanto sua população é aterrorizada ilegalmente”, completou o prefeito.
A repressão à imigração ilegal também tem sido marcada por outras ações, como o restabelecimento do programa “Fique no México" anunciado por Trump na terça-feira. A política exige que os requerentes de asilo aguardem no lado mexicano da fronteira enquanto suas petições são processadas.
A medida visa reverter as políticas de seu antecessor, Joe Biden, que havia criado alternativas para fornecer vias legais a pessoas fugindo da violência e da perseguição política, especialmente de países da América Central e do Sul.
Além disso, Trump suspendeu, aé novo aviso, todas as chegadas de refugiados solicitantes de asilo, incluindo aqueles que já haviam obtido o status de asilado.
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