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A rocha e o farol

"Na vida, como regra, todos precisamos de referenciais. Não nos bastamos". Leia a opinião de Gustavo Henrique de Brito

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Gustavo Henrique de Brito Alves Freire

Publicado em 03/07/2021 às 15:15 | Atualizado em 03/07/2021 às 15:33
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Bem aventurados aqueles que têm em quem se inspirar na persistente busca pelo auto-engrandecimento. Na vida, como regra, todos precisamos de referenciais. Não nos bastamos.

Para a Advocacia brasileira, na linha do que hoje estipulado é no artigo 133 da Constituição promulgada em outubro de 1988, sendo como é a única profissão liberal referida no texto constitucional, entre esses faróis que nunca se apagam, está um pernambucano de Pesqueira que neste 3 de julho alcança a idade centenária, o Dr. José Cavalcanti Neves.

Muito já foi escrito, nos últimos dias, por canetas abalizadas, acerca da trajetória do Dr. Neves, sua capacidade de diálogo, sua simplicidade, sua firmeza ética, seu destemor e sua coragem. Não os repetirei. Não é necessário.

Ao invés, prefiro deixar um singelo, mas sempre honesto, testemunho de quem, há mais de uma década e meia envolvido no voluntariado oabeano, com a mesma paixão do Dr. José Neves, sempre compreendeu que a argamassa que dá sustentação ao presente e possibilita projetar as estruturas de um futuro alvissareiro para uma entidade da relevância da OAB, é o legado dos que vieram antes de nós.

Dr. Neves, já há cinco décadas, soube enxergar de modo pioneiro o mínimo existencial de que o papel reservado à OAB deve transcender e suplantar o viés estritamente cartorial para invadir, com toda legitimidade possível, o campo cívico, engajando-se nas lutas sociais, ombreando a cidadania por uma realidade cada vez menos desigualada.

Em uma quadra tão turbulenta, onde se faz imperativo reafirmar todo santo dia a defesa do Estado de Direito, dos preceitos republicanos e da soberania popular, ante tantas ameaças e perigos, a invocação do legado do centenário Presidente Neves é realimentar a certeza de que a única salvação possível para uma Nação que se pretenda longeva aos olhos da História é não largar a mão da Democracia.

 

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