COVID-19

Veja a diferença entre a UTI do coronavírus e a UTI tradicional

Somente em Pernambuco, foram anunciadas 400 novas vagas de UTI no combate ao coronavírus

Amanda Rainheri
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Amanda Rainheri
Publicado em 02/04/2020 às 19:37 | Atualizado em 02/04/2020 às 19:37
BIANCA SOUZA/ACERVO JC IMAGEM
Bolsonaro vai assumir a responsabilidade? - FOTO: BIANCA SOUZA/ACERVO JC IMAGEM

A abertura de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está entre as principais estratégias dos governos no combate ao novo coronavírus (covid-19). Somente em Pernambuco, foram prometidas pela gestão estadual 400 novas vagas de UTI. Mas, afinal, o que difere as UTIs do coronavírus das UTIs comuns?

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De acordo com o médico Demétrius Montenegro, chefe do setor de infectologia do Hospital Oswaldo Cruz (Huoc), não existem grandes diferenças no que diz respeito a equipamentos e tecnologia. Algumas medidas, no entanto, são tomadas para evitar o contágio. "O ideal era que tivéssemos isolamento respiratório para todos os leitos, com área reservada para cada paciente, mas isso não é uma realidade nem mesmo nos países ricos. Como temos UTIs que funcionam no esquema de salão, são respeitadas as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) no que diz respeito a distância de dois metros entre os leitos", explica. 

Segundo Montenegro, além do distanciamento entre os pacientes, outras medidas são observadas. "Utilizamos tecnologias que façam com que diminua a circulação do vírus, como o sistema fechado de respiração. No aparelho que faz papel de pulmão, o tube entra de forma que os gases não contaminem o ambiente. Isso impacta principalmente os profissionais", detalha o infectologista. Quem atua na linha de frente também precisa estar aparamentado com máscaras específicas, como a N95, que tem um filtro especial.  

Secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia destacou que mesmo as novas estruturas ampliadas, ainda que adaptadas, são segregadas dos demais leitos, para assegurar que pessoas que precisem da UTI para outras finalidades não tenham contato com a covid-19. "O fato de ter estruturas próprias segregadas em outros espaços físicos também é medida geral de segurança, tanto para a proteção de profissionais da saúde quanto dos pacientes", argumentou. 

Hospitais de campanha

Questionado sobre a possibilidade de utilizar grandes áreas de eventos que estão atualmente ociosas, como a Arena de Pernambuco e o Centro de Convenções (Cecon), como hospitais de campanha, o secretário de saúde de Pernambuco André Longo afirmou que a medida não está no planejamento. "Estamos fazendo uma série de intervenções na nossa rede, preocupados em ter novas estruturas com capacidade de leitos. Somente no Hospital Nossa Senhora das Graças (adquirido administrativamente pelo Estado) são 230 leitos, dos quais 100 são de UTI. Também estamos ampliando a capacidade dos Hospitais Agamenon Magalhães, Barão de Lucena e Getúlio Vargas, comprando leitos da rede privada e filantrópica", afirmou o secretário. Segundo ele, a ampliação também atende os municípios do interior, como Caruaru, Serra Talhada e Petrolina. 

"Pernambuco está se preparando junto aos municípios para os dias difíceis que virão. Serão dias difíceis, apesar dos esforços. Vamos entrar na luta com todas as forças", defendeu André Longo. 

Secretário de saúde do Recife, Jailson Correia afirmou que a prioridade tem sido cria leitos onde já existe estrutura hospitalar. "Já temos disponíveis 106 novos leitos, sendo 33 com respiradores." Segundo ele, o Hospital da Mulher do Recife deve contar com 208 leitos nas áreas interna e externa, somados a outras vagas criadas em hospitais e policlínicas, que totalizam 371 leitos na capital pernambucana. 

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